quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Vivendo como um atleta

A Bíblia ensina que uma das formas de o cristão manter-se constante e focado na sua caminhada cristã sem esmorecer é vivendo como um atleta. Um atleta é alguém que tem um objetivo em mente e prepara-se a todos os níveis para atingir o seu objetivo. Todos os cristãos devem também planear todos os componentes da sua vida, como a vida familiar, a vida profissional, a vida financeira, e os seus relacionamentos para que possa estar em forma na sua corrida cristã.

O atleta planeia cuidadosamente a sua alimentação, o seu tempo de descanso e sobretudo, o tempo de treino. Tudo o que possa afetar o desempenho do atleta é controlado de forma que ele possa ter o melhor desempenho na sua prova. As cristãos também são influenciados pela sua alimentação espiritual, pelo seu tempo com Deus e pelos relacionamentos que possuem. Por isso, tudo deve ser pensado cuidadosamente para não afetar negativamente a vida com Deus.

Como nos diz o apóstolo Paulo na sua epístola aos coríntios, o  atleta domina-se em todos os seus impulsos, para que possa estar em forma e ganhar o prémio. Da mesma forma os cristãos devem dominar-se para que estejam bem preparados para a caminhada cristã e ganhar a vida eterna. Vemos isso a seguir: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós porém, a incorruptivel.” 1Co 9:25.

O apóstolo Paulo diz-nos que devemos caminhar a cada dia de forma a que possamos alcançar o nosso objetivo, que é a vida eterna. Na vida, várias coisas apresentam-se a nós como coisas indispensáveis, mas devemos ter em mente que o que é indispensável da vida do cristão é sua comunhão com Deus e a salvação que Deus nos oferece em Cristo Jesus.

Dando o seu próprio exemplo, Paulo refere que não caminhava na vida, como quem não tem uma meta, mas pelo contrário, a sua luta era bem definida, ele tinha como objetivo, que era a coroa da vida eterna. Para conseguir caminhar a cada dia, ele dominava o seu corpo, com as suas inclinações carnais, e levava a sua carne cativa a Palavra de Deus, para que ele mesmo não fosse desqualificado depois de pregar aos outros.

Vemos isso nos versículos a seguir: “assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado aos outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” 1 Co 9:26-27. A carne, juntamente com o nosso ego, não impeditivos de seguirmos a Jesus Cristo, por isso temos de nega-la para conseguirmos seguir o nosso Mestre.

A carne é inimiga do espírito e tem um objetivo oposto ao do nosso espírito. Ela deseja apenas satisfazer os seus desejos e viver de forma autónoma de Deus. Por isso Deus avisa-nos que a carne é inimiga de Deus e dos seus princípios; quem anda na carne não pode agradar a Deus. “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rm 8:7-8.

Um dos segredos dos atletas para cruzarem a meta quando se sentem cansados, e quando existem dificuldades é a perseverança. Da mesma forma os cristãos para conseguirem acabar a sua corrida precisam de ser perseverantes. Nos momentos de dificuldade, eles precisam de focar a sua mente em Jesus Cristo, aquele que tudo suportou por amor a nós e continuar a corrida.

Todo o pecado que existe na nossa vida, torna-se num peso para nós, e dificultam a nossa corrida. “Por isso devemos desembaraçar-nos de todo o pecado e corrermos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.” Hb 12:1-2.

Na nossa corrida cristã não estamos sozinhos: temos a Jesus Cristo, o nosso Mestre e Pastor que nos ensina e nos dirige por que caminhos devemos andar. Temos também o auxílio do Espírito Santo que nos capacita a obedecer a Jesus Cristo e a negarmos a nossa carne a cada dia. Por isso, quando surgem dificuldades, não devemos parar a nossa corrida; devemos ser perseverantes pois o nosso Mestre está connosco e nos recompensará.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Vivendo como peregrino

A Bíblia apresenta o cristão de várias maneiras. Uma dessas maneiras é comparando o cristão com um peregrino. Segundo várias definições, um peregrino é alguém que está de passagem numa terra, por pouco tempo, com o objetivo de chegar a algum lugar santo. Uma das característica do peregrino é a forma como viaja; ele traz consigo o menor número possível de bagagens para ser mais fácil a sua viagem.

Nós cristãos também somos peregrinos; estamos de passagem nesta terra e temos como objetivo chegar à Pátria Celestial. “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.” Hb 13:14. A passagem aqui na terra é muito breve, e por isso devemos levar o menor número de bagagem possível. Tudo o que é desnecessário para o nosso crescimento espiritual deve ser colocado de lado; e o nosso olhar, focado em Cristo.

Como nos diz a epístola de Paulo a Tito, Deus deseja que, depois de sermos alcançados pela Graça de Deus, reneguemos as paixões mundanas, e que vivamos diariamente de forma, sensata, justa e piedosamente. Vemos isso no versículo seguir: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste século, sensata, justa a piedosamente.” Tt 2:11-12.

Para renegarmos as paixões mundanas temos de renegar a carne, com toda a sua maldade, engano, hipocrisia, inveja, maledicência e com todas as suas concupiscências. Quando renegamos a carne, ficamos mais preparados para viver de forma sensata, justa e piedosa. Acabamos por dar espaço para o Espírito Santo ajudar-nos a ser moderados em todas as questões do nosso dia a dia, sobretudo na nossa forma de gerir as finanças.

Torna-se então mais fácil não colocar o foco da nossa felicidade no dinheiro e nos bens que ele proporciona, como nos ensina o Senhor Jesus no evangelho de Lucas. “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui. E proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem produziu com abundância.” Lc 15-16.

Na parábola do rico insensato o nosso Mestre mostra-nos como é uma loucura colocar a nossa expectativa nos bens materiais, porque a qualquer momento podemos partir desta vida e tudo o que é material não vai connosco, apenas vai a nossa alma. O nosso Senhor Jesus fala-nos também que é necessário viver de forma sensata e piedosamente, usando os recursos que temos não para satisfazer apenas as nossas necessidades, mas também as necessidades daqueles que estão a nossa volta.

O nosso Mestre deseja que o nosso maior foco seja vivermos no céu com Ele e consequentemente , aguardar a sua vinda à terra para buscar a Igreja. Quando nos focamos nas coisas do céu, andamos por fé, nas promessas que Deus nos deu e não pela vista no que o mundo oferece para usufruirmos. Essa atitude agrada a Deus. “visto que nadamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.” 2Co 5:7-8

O nosso ego, nessa caminhada como peregrinos, rumo a pátria celestial é nosso inimigo; ele deseja dirigir os nossos passos para a autossatisfação, e para os deleites da carne. Mas se tivermos em conta que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, facilmente vamos abster-nos das concupiscências que que combatem contra a nossa alma e escolher os princípios do reino nas nossas decisões diárias.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A dissolução

A dissolução nos relacionamentos é definida como o rompimento de uma ligação que existiam entre uma ou mais pessoas. Esse ato traduz uma quebra da relação de harmonia ou amizade e consequentemente a separação de pessoas. A dissolução é algo condenado por Jesus Cristo e um resultado da carnalidade nas pessoas cristãs.

A dissolução é um ato que tem origem em pensamentos no coração do homem. O nosso Senhor Jesus ensina-nos que é do coração do homem que nascem atitudes más, como vemos no versículo a seguir: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura.” Mc 7:21-22.

A dissolução muitas vezes é acompanhada de atitudes que demonstram hostilidade, como o sobrolho franzido, uma cara irada ou como nos diz a Bíblia o ato de endurecer a cerviz. A cerviz é a parte posterior do pescoço ou nuca; e o endurecimento da cerviz demonstra orgulho, soberba e independência. Quando endurecemos a cerviz não somos capazes de ser humildes, de dar ouvidos aos outros, nem de mostrar que precisamos dos outros.

O endurecimento da cerviz é uma atitude que traz a ruína como nos diz o versículo seguinte do livro de Provérbios: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.” Pv 29:1 Quando temos essa atitude para com Deus é muito negativo, porque deixamos de ouvir as recomendações de Deus para a nossa vida e teimamos naquilo que é mau para nós.

Quando temos essa atitude para com as pessoas a nossa volta, demonstramos falta de mansidão. Essa característica, a mansidão, é muito importante nos cristãos porque reflete o carácter do Senhor Jesus. Em Mateus vemos que Jesus Cristo se define como manso e humilde de coração e que o nosso Mestre deseja que aprendamos isso com Ele. Podemos ver as palavras de Jesus no versículo seguinte: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” Mt 11.29.

A mansidão é a característica daquele que é brando, pacífico, moderado e de temperamento fácil. Quando um cristão é irancudo, ou seja, irrita-se facilmente, e é hostil com as pessoas a volta, está a deixar de lado a mansidão que Jesus deseja que tenhamos. A má cara para com as pessoas a volta é uma atitude que tem como objetivo afastar as pessoas de nós e impedir que se relacionem connosco.

Deus Pai, deseja que sejamos obedientes ao mandamento que o Senhor Jesus nos deixou e que nos amemos uns aos outros da mesma forma que Jesus nos amou. Como podermos amar os outros que somos hostis e demonstramos não querermos nada com o nosso próximo? No evangelho segundo João vemos o mandamento de Jesus: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” Jo 13:34.

Para além de desejar que todos os discípulos do Senhor Jesus sejam mansos, o Espírito Santo recomenda através de Paulo que os bispos das igrejas, não sejam pessoas que se irritam facilmente ou irancudas; nem que sejam pessoas que demonstrem ira, e hostilidade no seu rosto. Podemos ver isso no versículo a seguir: “Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem irancudo,nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado a hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,” Tt 1:7-8.

No dia a dia, muitas situações fazem com tenhamos vontade de fazer uma cara de ira, e de nos afastar dos outros ou por outras palavras muitas coisas tentam nos levar a ira.  Mas devemos deixar de lado a voz da nossa carne, e ser brandos e pacíficos. Devemos proceder assim, mesmo que estejamos em situações hostis, e que contrariem a nossa vontade. Isto porque o nosso Mestre deseja que deixemos de lado esses nossos impulsos carnais para seguirmos a sua mansidão e humildade.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Entregar a vida a Deus

Muitos cristãos foram, em algum momento da sua vida convidados a entregar a sua vida a Deus. O Espírito Santo, naquele momento contendeu com o coração deles e então aceitaram entregar a sua vida a Deus. Este ato, é o ato mais importante que alguém pode ter na sua vida. Contudo, muitas vezes, os cristãos quando aceitam este convite não têm a visão da dimensão desta entrega.

Entregar a vida a Deus, significa que deixamos de ser donos de nós mesmos, e que já não somos nós quem dirigimos os nossos passos. Doamos a nossa vida a Deus, e é Ele quem nos diz o que devemos fazer e quando. Assumimos que somos então servos de Deus, e que existimos para fazer a sua vontade.

Ao longo da Bíblia o Espírito Santo convida-nos várias vezes a entregar a nossa vida a Deus e dá-nos a promessa de que Deus cuidará de nós e nos ajudará a caminhar rumo ao céu. O versículo a seguir é um exemplo disso: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” Sl 37:5

Em momentos de emoção dizemos muita vezes que queremos entregar tudo a Deus, e nos aproximamos de Deus e pedimos o seu favor. No entanto, pouco tempo depois, quando nos vemos noutras circunstancias, esquecemos do que dissemos e Deus e desejamos tomar novamente a nossa vida, para fazer dela o que queremos e da maneira que mais no convier.

Da maioria da vezes quando tomamos essa atitude, pensamos em agir de forma contrária a Palavra de Deus e achamos que a nossa visão sobre as coisas é a mais correta. Para estes momentos, Deus diz-nos na sua Palavra que não nos apoiemos no nosso próprio entendimento, na nossa perceção das coisas. Em vez de agirmos de acordo com as nossa mentalidade, Deus aconselha-nos a seguir a sua Palavra e agir de acordo com o amor e misericórdia que Ele nos ensina.

No Livro de Provérbios vemos o conselho de Deus, para as ocasiões em que somos tentados, a apoiar-nos no nosso entendimento e agir de acordo com a nossa vontade: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teu caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal;” Pv 3:5-7.

O temor a Deus é importante na vida dos cristãos e por isso deve ser cultivado. Devemos reconhecer a Deus em todas as circunstâncias da nossa vida. Reconhecer que Ele está presente e que vê e ouve tudo o que fazemos; e sobretudo, reconhecer que Ele é Deus Todo-Poderoso, que nos ama e nos deu a salvação através do seu Filho Amado Jesus.

Deus, mesmo sabendo da nossa dificuldade em sermos fiéis a nossa entrega total a Ele, aceita-nos e cuida de nós fielmente. Deus, deseja ser como um Pai para nós e por isso, deseja que confiemos Nele como uma criança confia no seu pai. Mesmo que as circunstancias nos façam duvidar que Deus está cuidando de Deus, devemos lembrar que Ele já fez o principal por nós, deu o seu Filho para que pudéssemos estar com Ele eternamente.

O apóstolo Paulo diz-nos isso nos versículos a seguir: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” Rm 8:31-32.

Se Deus, nos deu a salvação, apesar de não merecermos, como não nos dará também as outras coisas que precisamos? Devemos aquietar a nosso coração, nos momentos de dúvida e confiar em Deus e no Espírito Santo que está em nós para nos dirigir e capacitar a fazer tudo o que precisamos.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O justo viverá pela fé


O movimento da Reforma começou quando um monge, de nome Martinho Lutero descobriu que o homem para alcançar a vida eterna e para se apresentar a Deus como justo, apenas precisava de ter fé em Jesus Cristo. Esta verdade transformou a vida deste monge, e incentivou-o a contestar a forma como era comprada a salvação na época, através das indulgências.

O apóstolo Paulo explica ao longo das suas cartas aos Romanos, Gálatas e Efésios que a salvação oferecida por Deus, pela sua Graça, podia ser alcançada, por qualquer homem, apenas pela fé. Num dos versículos das mesmas cartas, como vemos a seguir, vemos que o Evangelho, possui o poder de salvar a qualquer homem, tanto os judeus como os gentios.

É no evangelho que é revelado a forma como Deus justificou os pecados dos homens através do sacrifício de Jesus Cristo. Para tomarmos posse dessa justificação apenas precisamos de crer no Evangelho. “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” Rm 1:16-17.

A vida eterna só é alcançada pela fé no Senhor Jesus e no seu sacrifício por nós. A justificação que Deus nos concede é gratuita, não precisamos de comprar, como defendiam na época de Martinho Lutero. Qualquer homem, de qualquer lugar do mundo, sendo pobre ou rico, pode ter os seus pecados justificados pelo sangue de Jesus. Deus, nos ama de tal forma que escolheu o seu próprio Filho para pagar o preço dos nossos pecados.

No versículo a seguir, vemos o que o apóstolo Paulo diz sobre isso ainda na carta aos romanos: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;” Rm 3:24-25.

O homem sendo intrinsecamente pecador não merecia o favor de Deus, mas Deus é Amor e Ele nos ama apesar de nós não merecermos. Deus, manifestou a sua Graça, e deu-nos uma forma de termos acesso ao perdão dos nossos pecados e a salvação. Nada que o homem pudesse fazer iria apagar os seus pecados e torna-lo justo perante Deus. As boas obras não podem salvar o homem, apesar de se serem uma forma de louvor a Deus e de amar ao próximo.

O apóstolo Paulo sublinha este este facto na sua epístola aos Efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Ef 2:8-9. É importante todos os cristãos lembrarem-se disso para não se gloriarem das boas obras que fazem e para não julgarem que são merecedores da salvação que receberam.

Não há nenhum homem que merecesse a salvação e estar eternamente com Deus. É Deus pela sua Graça quem nos concede essa grande bênção. Por isso, devemos ser humildes, perante Deus e perante os homens, porque não somos melhores do que aqueles que não foram alcançados pela salvação. Para além disso, aquilo que os cristãos fazem de bom apenas o fazem pela Graça de Deus que nos capacita com o seu Espírito Santo.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Andar em santidade


Um dos temas mais falados sobre a vida cristã é sem dúvida a santidade. Todos os cristãos desejam andar em santidade mas por vezes, a ideia de santidade fica pouco clara na mente de muitos cristãos. Muitas vezes os cristãos habituam-se a fazer aquilo que faziam no início da sua caminhada cristã e pensam que estão a andar em santidade.

Antes de qualquer definição de santidade, podemos dizer que a santidade é uma das características de Deus. Deus é Santo, totalmente separado do pecado; Nele não há trevas, nem mentira, nem maldade. Deus é totalmente Santo e totalmente Bom. Tudo o que está longe dos padrões de comportamento de Deus, foge da santidade que Ele deseja. Por isso, se quisermos aproximar-mos de Deus e ter comunhão com Ele temos de nos afastar do pecado e buscar os padrões de Deus, ou seja, a santidade.

Deus diz-nos na sua Palavra que devemos ser santos porque Ele é Santo. “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” 1Pe14-16.

Em todo o nosso comportamento, devemos ser santos, ou seja ter um padrão de comportamento próximo ao ensinado pela Palavra e afastado dos padrões do mundo. Contudo, para iniciarmos esse processo de caminhada em santidade, precisamos do sangue de Jesus, que nos purifica de todo o pecado. Por isso, quando aceitamos o sacrifício de Jesus, podemos entrar em comunhão com Deus e viver para Ele. Assim, com a ajuda de Jesus e do seu Santo Espírito podemos viver de forma separada do pecado e do mundo ou seja, podemos viver em santidade.

A Palavra de Deus diz-nos que Deus chamou-nos para a santidade; para uma nova vida, no seu reino. “Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto a maneira que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais; (...) porquanto Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação.” 1Ts 4:1,7.

Por isso, Jesus trabalha nas nossas vidas para nos santificar. Uma das formas que Jesus usa para nos santificar, para nos separar da mentalidade do mundo e das práticas pecaminosas das trevas é através da Palavra de Deus. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” Jo 17:17. Os ensinamentos de Jesus, transmitem a vontade do Pai Celeste, e permitem-nos ter uma mente renovada e consequentemente, um comportamento santo, agradável a Deus. Por isso, o nosso Senhor Jesus, pede ao Pai Celeste, que santifique os seus discípulos da verdade.

A verdade, ou aquilo que Jesus nos ensina, faz-nos evitar as obras da carne e buscar as obras do Espírito. Como o Espírito é contrário a carne, quando andamos na carne, não só desagradamos a Deus como também nos tornamos inimigos de Deus. “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rm 8:7-8.

Por isso tudo, andar em santidade é evitar as obras da carne, e andar no Espírito. Andar em santidade, não se refere apenas ao ato de evitar a imoralidade sexual, mas sobretudo em obedecer ao Pai Celeste e cumprir os mandamentos de Jesus Cristo. Andar em santidade é seguir o exemplo de amor e de obediência ao Pai Celeste que o nosso Mestre Jesus demonstrou ao longo da sua vida na terra.

Por último, podemos dizer que a santidade é um processo gradual de abandono das antigas paixões e uma semelhança cada vez maior com a maneira de agir e pensar de Jesus Cristo. A nossa santidade tem de ser cada dia maior que o dia anterior e menor que o dia de amanhã. Deus deseja que as trevas em nós se dissipem até que a Luz de Jesus ilumine totalmente a nossa vida.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Temos a mente de Cristo


Depois da conversão o homem tem o seu espírito vivificado pelo poder de Deus. Essa transformação é instantânea e é totalmente pela Graça de Deus. Contudo, para que o cristão possa ter a mente de Cristo ele precisa de passar por um processo de transformação na sua mente, substituindo a forma antiga de pensar por uma nova forma de acordo com a Palavra de Deus.

Nessa transformação, o cristão passa a ter um padrão de pensamento cada vez mais semelhante ao de Jesus Cristo e é cada vez mais guiado e controlado pelo Espírito Santo. As antigas concupiscências que existiam no tempo da sua ignorância deixam de o controlar e são deixadas de lado como recomenda o apóstolo Pedro a seguir: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância;” 1Pe 1:14

A forma de pensar que antes era totalmente resistente a Palavra de Deus, passa a deixar que a Palavra de Deus diga o que é certo e o que é errado. Como fortalezas que são derrubadas, os pensamentos contrários a Palavra de Deus, são eliminados e é deixada a luz da Palavra controlar os pensamentos. Como nos diz o apóstolo Paulo, esses pensamentos contrários a Palavra são levados cativos e a mente é dirigida a obediência a Cristo. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda a altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo, “ 2Co 10:4-5.

Depois de a mente ser conformada com a Palavra de Deus e de o cristão ter um padrão de pensamento semelhante ao de Jesus Cristo, nas suas atitudes de amor, perdão, misericórdia e sobretudo de obediência incondicional ao Pai Celeste, podemos dizer como o apóstolo Paulo que temos a mente de Cristo. “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós porém temos a mente de Cristo.” 1Co 2:16.

Para que se possa alcançar uma semelhança gradualmente maior com a forma de pensar do Mestre, o cristão tem de se tornar gradualmente mais espiritual. Isto implica ter maior discernimento espiritual, ou seja, a capacidade de distinguir aquilo que o pode aproximar de Deus, e aquilo que pode ferir a sua comunhão com Deus.

Por outras palavras discernimento espiritual é ter consciência de que existem dois reinos, um da luz e outro das trevas e distinguir situações, pessoas ou objetos que possam afastar do reino da luz e consequentemente dos planos de Deus para as nossas vidas. “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.” 1Co 2:13.

Ter a mente de Cristo exige escolhas em favor do reino de Deus e um renegar constante da carne e das suas inclinações. Por outro lado, requer uma dependência cada vez maior do Espírito Santo, da sua orientação e capacitação. É deixar-se ser guiado pelo Espírito Santo para o cumprimento da vontade de Deus para as nossas vidas.