terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Vivendo como peregrino

A Bíblia apresenta o cristão de várias maneiras. Uma dessas maneiras é comparando o cristão com um peregrino. Segundo várias definições, um peregrino é alguém que está de passagem numa terra, por pouco tempo, com o objetivo de chegar a algum lugar santo. Uma das característica do peregrino é a forma como viaja; ele traz consigo o menor número possível de bagagens para ser mais fácil a sua viagem.

Nós cristãos também somos peregrinos; estamos de passagem nesta terra e temos como objetivo chegar à Pátria Celestial. “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.” Hb 13:14. A passagem aqui na terra é muito breve, e por isso devemos levar o menor número de bagagem possível. Tudo o que é desnecessário para o nosso crescimento espiritual deve ser colocado de lado; e o nosso olhar, focado em Cristo.

Como nos diz a epístola de Paulo a Tito, Deus deseja que, depois de sermos alcançados pela Graça de Deus, reneguemos as paixões mundanas, e que vivamos diariamente de forma, sensata, justa e piedosamente. Vemos isso no versículo seguir: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste século, sensata, justa a piedosamente.” Tt 2:11-12.

Para renegarmos as paixões mundanas temos de renegar a carne, com toda a sua maldade, engano, hipocrisia, inveja, maledicência e com todas as suas concupiscências. Quando renegamos a carne, ficamos mais preparados para viver de forma sensata, justa e piedosa. Acabamos por dar espaço para o Espírito Santo ajudar-nos a ser moderados em todas as questões do nosso dia a dia, sobretudo na nossa forma de gerir as finanças.

Torna-se então mais fácil não colocar o foco da nossa felicidade no dinheiro e nos bens que ele proporciona, como nos ensina o Senhor Jesus no evangelho de Lucas. “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui. E proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem produziu com abundância.” Lc 15-16.

Na parábola do rico insensato o nosso Mestre mostra-nos como é uma loucura colocar a nossa expectativa nos bens materiais, porque a qualquer momento podemos partir desta vida e tudo o que é material não vai connosco, apenas vai a nossa alma. O nosso Senhor Jesus fala-nos também que é necessário viver de forma sensata e piedosamente, usando os recursos que temos não para satisfazer apenas as nossas necessidades, mas também as necessidades daqueles que estão a nossa volta.

O nosso Mestre deseja que o nosso maior foco seja vivermos no céu com Ele e consequentemente , aguardar a sua vinda à terra para buscar a Igreja. Quando nos focamos nas coisas do céu, andamos por fé, nas promessas que Deus nos deu e não pela vista no que o mundo oferece para usufruirmos. Essa atitude agrada a Deus. “visto que nadamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.” 2Co 5:7-8

O nosso ego, nessa caminhada como peregrinos, rumo a pátria celestial é nosso inimigo; ele deseja dirigir os nossos passos para a autossatisfação, e para os deleites da carne. Mas se tivermos em conta que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, facilmente vamos abster-nos das concupiscências que que combatem contra a nossa alma e escolher os princípios do reino nas nossas decisões diárias.

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