A
Bíblia apresenta o cristão de várias maneiras. Uma dessas maneiras
é comparando o cristão com um peregrino. Segundo várias
definições, um peregrino é alguém que está de passagem numa
terra, por pouco tempo, com o objetivo de chegar a algum lugar santo.
Uma das característica do peregrino é a forma como viaja; ele traz
consigo o menor número possível de bagagens para ser mais fácil a
sua viagem.
Nós
cristãos também somos peregrinos; estamos de passagem nesta terra e
temos como objetivo chegar à Pátria Celestial. “Na verdade, não
temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.” Hb
13:14. A passagem aqui na terra é muito breve, e por isso devemos
levar o menor número de bagagem possível. Tudo o que é
desnecessário para o nosso crescimento espiritual deve ser colocado
de lado; e o nosso olhar, focado em Cristo.
Como
nos diz a epístola de Paulo a Tito, Deus deseja que, depois de
sermos alcançados pela Graça de Deus, reneguemos as paixões
mundanas, e que vivamos diariamente de forma, sensata, justa e
piedosamente. Vemos isso no versículo seguir: “Porquanto a graça
de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para
que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste
século, sensata, justa a piedosamente.” Tt 2:11-12.
Para
renegarmos as paixões mundanas temos de renegar a carne, com toda a
sua maldade, engano, hipocrisia, inveja, maledicência e com todas as
suas concupiscências. Quando renegamos a carne, ficamos mais
preparados para viver de forma sensata, justa e piedosa. Acabamos por
dar espaço para o Espírito Santo ajudar-nos a ser moderados em
todas as questões do nosso dia a dia, sobretudo na nossa forma de
gerir as finanças.
Torna-se
então mais fácil não colocar o foco da nossa felicidade no
dinheiro e nos bens que ele proporciona, como nos ensina o Senhor
Jesus no evangelho de Lucas. “Então, lhes recomendou: Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um
homem não consiste na abundância dos bens que possui. E proferiu
ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem produziu com
abundância.” Lc 15-16.
Na parábola do rico
insensato o nosso Mestre mostra-nos como é uma loucura colocar a
nossa expectativa nos bens materiais, porque a qualquer momento
podemos partir desta vida e tudo o que é material não vai connosco,
apenas vai a nossa alma. O nosso Senhor Jesus fala-nos também que é
necessário viver de forma sensata e piedosamente, usando os recursos
que temos não para satisfazer apenas as nossas necessidades, mas
também as necessidades daqueles que estão a nossa volta.
O nosso Mestre deseja
que o nosso maior foco seja vivermos no céu com Ele e
consequentemente , aguardar a sua vinda à terra para buscar a
Igreja. Quando nos focamos nas coisas do céu, andamos por fé, nas
promessas que Deus nos deu e não pela vista no que o mundo oferece
para usufruirmos. Essa atitude agrada a Deus. “visto que nadamos
por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena
confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.” 2Co
5:7-8
O
nosso ego, nessa caminhada como peregrinos, rumo a pátria celestial
é nosso inimigo; ele deseja dirigir os nossos passos para a
autossatisfação, e para os deleites da carne. Mas se tivermos em
conta que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, facilmente
vamos abster-nos das concupiscências que que combatem contra a
nossa alma e escolher os princípios do reino nas nossas decisões
diárias.
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