segunda-feira, 9 de março de 2015

Muros na vida do crente


A vida do crente muitas vezes é comparada com a cidade de Jerusalém, com o seu templo e muros. Os murros da cidade de Jerusalém desempenhavam um papel muito importante, pois eram eles que protegiam o povo dos ataques dos inimigos. Sem os muros a cidade ficava vulnerável a todo tipo de ataques e a destruição.

Na nossa vida, a nossa alma tem o papel dos muros, protegendo a vida espiritual e proporcionando um lugar de santidade para a habitação do Espírito Santo. Quando a alma do homem não consegue dominar o seus impulsos e emoções de maneira a obedecer a Deus, torna-se vulnerável a todo o tipo de ataques, tanto do diabo, como as inclinações da carne. Os seus murros precisam então de ser reparados, e as suas brechas preenchidas, de forma a tornar-se resistente aos ataques.

A Bíblia, no livro dos Provérbios, compara da seguinte forma, o homem sem domínio próprio: “Como cidade derribada, que não tem murros, assim é o homem que não tem domínio próprio” Pv 25:28. O homem sem domínio das suas emoções, dos seus desejos, ou seja sem domínio próprio, é um homem vulnerável a todo o tipo de sugestão maligna, e de toda a tentação, pois não tem a capacidade de controlar as suas emoções e vontades de forma a obedecer a Deus e a Sua Palavra.

Por isso, um homem sem domínio próprio, tem os seus murros destruídos, e a sua alma, como um todo, (pensamentos, vontades, emoções) precisa de ser restaurada, para que consiga decidir e agir de forma que agrade a Deus. A Palavra de Deus restaura a alma do homem, mostrando ao crente o que é ou não bom para Deus. Contudo, o homem tem um papel ativo na restauração da sua alma, cabendo a ele a escolha de obedecer a Deus, depois de ouvir a Sua Palavra e a direção do Espírito Santo.

Como o homem, possui também o corpo, que é a parte inclinada para o pecado, ele mesmo tem de domar a sua carne e as suas vontades. O apóstolo Paulo diz-nos sobre isso: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo a escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” 1Co 9:27. Cabe ao crente, reduzir a escravidão ao seu corpo, dominando-o de forma que seja instrumento de justiça e não do pecado.

Por outro lado, a mente, depois de o homem ser salvo, continua com a mesma com forma de raciocinar sobre o mundo e por isso também tem de ser salva, ou seja restaurada de forma a que esteja dentro dos padrões estabelecidos por Deus. Para isso, devemos vigiar as ideias que nos veem a mente, pois nem todas são de Deus (podem ser também do mundo e do diabo). É preciso que o homem leve cada pensamento que não está segundo a Palavra de Deus cativo a obediência a Jesus Cristo “e toda a altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento a obediência de Cristo,”2Co 10:5.

O processo de restauração da mente é um processo demorado, que exige tempo e esforço e que vai progredindo a medida que conhecemos a vontade de Deus e a obedecemos. O Espírito Santo é fundamental na nossa restauração, pois Ele nos conduz, e nos convence das áreas em que devemos melhorar (áreas que não estão de acordo com a Sua vontade). Contudo, na restauração, Deus não altera a nossa personalidade, aquelas características que nos distinguem uns dos outros, e que nos fazem por exemplo, gostar mais de cinema do que teatro, ou mais da área de economia do que a área do direito.

O Espírito Santo não despreza os nossos dons e talentos, gostos e preferências, dados por Deus, mas sim transforma aquilo que não agradava a Deus, em algo bom, e para sua Glória. Quando em restauração o homem é como um vaso quebrado, ao qual Deus ajunta cada peça com uma cola inviolável, e todos os gostos e talentos ficam no seu lugar. Apenas o que não é bom, e que não agrada a Deus é retirado da alma do homem.

O nosso Senhor Jesus Cristo salvou-nos através da Sua Morte na cruz do Calvário, e deseja para as nossas vidas santidade, tanto nos nossos pensamentos como nas nossas atitudes. Para a adoração e para a convivência com Deus é necessário santidade na vida do crente. Por isso é muito importante o domínio próprio, a existência de murros na vida do crente que o protejam das circunstâncias e das tentações.

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