Um dos grandes objetivos de qualquer cristão é estar firme na fé, sobretudo depois de o cristão efetuar um compromisso com Deus de segui-Lo ao longo de toda a sua vida, em qualquer circunstância. Por isso, todos os recursos que contribuem para a firmeza na fé são buscados pelo cristão de forma a ficar mais forte nas suas fraquezas e poder resistir a tentação.
A
firmeza na fé é o ato de não se afastar dos princípios da fé
cristã e consequentemente é não pecar nem se afastar dos objetivos
de Deus para a nossa vida. Quando um cristão peca, não mostra
firmeza suficiente para fazer aquilo que sabe ser correto perante as
tentações que o rodearam. Um cristão pouco firme não agrada a
Deus nas suas atitudes.
Mesmos
em momentos de grande pressão devemos ser firmes no compromisso de
fazer a vontade de Deus, mesmo que isso custe a nossa vida. Daniel,
um grande profeta de Deus, ao longo da sua vida mostrou amar a Deus
acima de todas as coisas. Isto porque nos momentos de grande tensão,
como por exemplo quando foi levado para Babilónia, ainda jovem,
Daniel propôs no seu coração não contaminar-se com as iguarias da
mesa do rei, colocando a Deus em primeiro lugar e a sua vida em
segundo lugar.
Nos
versículos seguintes vemos a atitude de firmeza de Daniel: “Resolveu
Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que
lhe permitisse não contaminar-se. Ora, Deus concedeu a Daniel
misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.” Dn
1:9. A firmeza demonstrada por Daniel é uma exemplo de atitudes que
agradam a Deus. Se Daniel tivesse cedido a pressão da nova sociedade
e contaminado-se não teria agradado a Deus.
Na
nossa vida cristã, sabemos que a oração (1Pe 4:7) e a meditação
na Palavra de Deus são armas para que o cristão se mantenha firme
(Js 1:8) , mas existem outras armas que têm de ser desenvolvidas
para que o cristão se mantenha firme nos mandamentos do Senhor Jesus
e nos propósitos de Deus para a sua vida. Uma dessas armas é o
domínio próprio.
O
domínio próprio é a capacidade do cristão controlar as suas
emoções de forma a não ter comportamentos que desagradam a Deus,
como deixar exaltar-se, manifestar sentimentos como inveja, lascívia,
entre outras manifestações da carne. Na epístola aos Gálatas,
Paulo fala-nos das manifestações da carne, como vemos a seguir:
“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias,
ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facões, invejas,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das
quais eu vos declaro, como já outrora, vos preveni, que não
herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.” Gl 5:19-21.
Estas
manifestações da carne surgem quando não temos capacidade de
dominar a nossa carne com as suas emoções, nem levar o nosso
pensamento cativo a obediência a Deus, como nos recomenda o apóstolo
Paulo no versículo seguinte: “e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, e levando todo o pensamento cativo à
obediência de Cristo.” 2Co 10:5
A
falta de domínio próprio é uma ruína para o crente pois leva-o a
pecar e a ficar desprotegido na sua luta espiritual contra as forças
das trevas. Por isso um homem sem domínio próprio é como uma
cidade sem murros, como nos diz o rei Salomão no provérbio
seguinte: “Como a cidade derribada, que não tem murros, assim é o
homem que não tem domínio próprio.” Pv 25:28.
Quando
temos o domínio próprio não deixamos que as situações a nossa
volta nos levem ao pecado, qualquer que sejam a gravidade do pecado.
Por outras palavras o domínio próprio impedem-nos de cometer
grandes pecados que podem ter repercussões graves na nossa vida, ou
mesmo, de cometermos pecados que aparentemente não têm repercussão
na nossa vida mas ferem a nossa relação com Deus e desagradam ao
Espírito Santo.
O
apóstolo Pedro, na sua segunda epístola, diz-nos que Deus deseja
tornar-nos co-participantes da sua natureza divina e livrar-nos das
corrupções das paixões que há no mundo. Para cooperar no propósito
de Deus para a nossa vida, o apóstolo Pedro aconselha-nos a
acrescentar diligentemente à nossa fé o domínio próprio, e outras
atitudes que nos levam a cumprir o mandamento central do Senhor Jesus
que é a pratica do amor.
Vemos
isso nos versículos a seguir: “pelas quais nos têm sido doadas as
suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos
torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção
das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a
vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude,
o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o
domínio próprio a perseverança; com a perseverança, a piedade;
com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. 2Pe 1:4-7.
O
domínio próprio é algo que se desenvolve por decisão própria mas
é dado também pelo Espírito Santo quando o cristão se dispõe a
dominar as suas emoções e a sua carne. Por este motivo o domínio
próprio faz parte do fruto do Espírito Santo. Na luta contra a
carne e contra as situações tentadoras temos a ajuda do Espírito
Santo para nos ajudar e por isso não estamos sozinhos.
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