O amor ao dinheiro foi indicado pelo apóstolo Paulo como a
raiz de todos os males. Os cristãos são advertidos de que, os que amam o
dinheiro e que querem possuí-lo em grandes quantidades, ou seja, ficar ricos
caem em tentação, e cilada, bem como em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas que fazem o cristão afogar na fé e cair na perdição (1Tm 6-9).
A tentação é a forma como o diabo alicia os crentes a fazer
o que desagrada a Deus e por isso, é uma forma de afastar o cristão da presença
e da comunhão com Deus. A Bíblia descreve que o diabo utiliza as concupiscências
para aliciar o homem a cair em tentação. O diabo ao tentar a Jesus Cristo utilizou
as mesmas concupiscências, que a tentação da Eva no jardim do Éden, mais
concretamente, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a
soberba da vida (Mt 4:3-9).
O amor ao dinheiro abre portas para que o crente caia em
tentações, não só do diabo mas também da sua própria carne. Como o dinheiro
possibilita a aquisição de muitos bens e o desfrutar de muitos prazeres, quando
o crente ama o dinheiro acaba por ser atraído por tudo aquilo que pode ser adquirido
pelo dinheiro e consequentemente atraído pelas concupiscências.
Assim, o crente fica suscetível as concupiscências da
carne, aos prazeres que se encontra no comer, beber e no sexo. Da mesma forma
conduz os seus passos em direção a tudo o que possa comprar e que que atraia o
seu olhar, pela sua beleza, singularidade ou pelo fato de representar um status
social. Como a sociedade vende bens em grande quantidade e beleza, o crente
acaba por desejar possuir cada vez mais.
Desta forma o crente acaba por deixar-se conduzir pela
soberba da vida, por tudo o que possa distingui-lo dos outros e mostrar as suas
posses ou posição social. Os valores do Mestre, como a humildade e amor ao
próximo, acabam por ficar em segundo plano e o crente afasta-se
progressivamente dos caminhos de Deus.
A Bíblia descreve que Herodes foi levado pela concupiscência
da carne e por isso, ao ver a filha se Herodias a dançar, ficou impressionado e com
isso prometeu, sob juramento, dar-lhe tudo o que ela pedisse. Depois de
consultar a sua mãe, a jovem pediu a cabeça de João Batista numa bandeja.
Assim, Herodes acabou por assassinar a João Batista, um profeta de Deus, mesmo
contra a sua vontade (Mt 14: 6-11). Este exemplo mostra como a concupiscência
da carne pode levar a pecados mais sérios.
Outra diretriz do nosso Mestre para a vida do crente, particularmente,
a não preocupação com as coisas da vida, acaba por ser abandona quando o crente
deixa-se levar pela cobiça do dinheiro. A preocupação sufoca a Palavra e impede
a frutificação da semente implantada no crente. “A que caiu entre espinhos são
os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados,
riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” Lc 8:14.
O amor ao dinheiro, leva portanto, não só a avareza, a
vontade de possuir mais e mais para si, e maior dificuldade em dar, como também
leva a pensamentos que desagradam a Deus. Assim, o amor ao dinheiro leva um
coração impuro e consequentemente a um afastamento da santidade planeada por
Deus para nós.
O apóstolo Paulo descreve que o esmorecer da fé do crente com as seguintes palavras: ”Ora o que querem ficar ricos
caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruída e perdição. Porque o amor ao dinheiro
é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas
dores.” 1Tm 6:9-10.
O apóstolo João aconselha-nos por isso a não amar o mundo,
nem aquilo que o mundo oferece. “Não ameis o mundo nem as coisas que há no
mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que
está no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” 1Jo 2:15-16.
Para não amarmos o dinheiro devemos seguir o conselho que o
apóstolo Paulo dirigiu aos gálatas: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito,
e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o
que, porventura, seja do vosso querer” Gl 5:16-17.
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