Na
Bíblia, desde o Antigo Testamento até ao Novo Testamento, vemos
várias vezes a descrição dos pecados de ação, que são aqueles
cometidos quando o homem desobedece a ordem de Deus, ou infringe
alguma lei/mandamento divino. O primeiro exemplo mencionado na Bíblia
foi a queda de Adão e Eva, quando desobedeceram a Deus e comeram o
fruto da árvore,do conhecimento do bem e do mal.
Podemos
ver a seguir a descrição da queda do homem no livro de Gênesis e
as suas consequências: “Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que
estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
Então disse o homem: a mulher que me deste por esposa, ela me deu da
árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isto que
fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. (…)
E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua
causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da tua
vida” Gn 3:11-13,17.
O
nosso Mestre, o Senhor Jesus, refere outro tipo de pecado, que pode
igualmente afastar o cristão da presença de Deus. Este pecado é o
pecado da omissão. Ao longo dos seus ensinos, que podem ser
observados nos evangelhos, Jesus Cristo ensina-nos a praticarmos o
bem e recomenda-nos a sermos diligentes nos assuntos de Deus Pai.
Isto é possível quando fazemos a vontade do Pai Celeste e colocamos
em prática os ensinos do nosso Mestre: “Nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu pai, que está nos céus.(...)Todo aquele que ouve
estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.”Mt 7:21,24.
Para
falar da necessidade do cristão ser diligente nos assuntos do reino
de Deus, Jesus conta-nos a parábola dos talentos. Nesta parábola
vemos que um senhor distribui aos seu servos talentos, e que um deles
não se preocupou em multiplicar aquilo que tinha recebido e
enterrou-o na terra. “Pois será como um homem que, ausentando-se
do pais, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. (…) Mas
o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do
seu senhor.” Mt 25:14,18.
O
que Deus deseja dos cristãos é que eles dediquem a sua vida aos
seus assuntos e que utilizem os dons que Deus os deu para serviço e
edificação da sua Igreja. Se o cristão fizer o mesmo que o servo
que escondeu o seu talento, está a deixar de abençoar os outros e a
cometer um pecado por omissão.
Por
isso, o senhor do servo quando vê que este não se preocupou em
negociar os seus talentos, repreende-o como vemos nos versículos a
seguir: “Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente,
sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e
eu ao voltar, receberia com juros o que é meu.
O
nosso Senhor Jesus diz-nos que a atitude daqueles que deixam de fazer
o bem em favor do próximo, por amor a Deus, é tão reprovável que
afasta eternamente estes servos da presença de Deus. Para falar
sobre isso, o Mestre usa não só a parábola dos talentos como
também descreve o destino final destes servos no grande julgamento.
Vemos
as palavras do Mestre a seguir: “Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o
ao que tem dez. (…) E o servo inútil, lançai-o para fora, nas
trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes. (…) Então o Rei dirá
também aos que estiverem a sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me
destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedaste; estando nu,
não me vestistes: achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.”
Mt 25:28,30, 41-43.
Quando
o cristão, apesar de não praticar os pecados mencionados nos dez
mandamentos, não se preocupa em fazer o bem ao seu próximo que Deus
nos ensina, ele é reprovável para Deus, como os cristãos descritos
na igreja da Laodiceia. “Conheço as tuas obras, que nem és frio
nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!(...)pois dizes: Estou
rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és
infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” Ap 3:15,17.
Tudo
o que Deus concede aos cristãos deve ser colocado ao serviço de
Deus e do seu Reino. A vida, os recursos financeiros, a energia para
o dia a dia e inclusive os dons espirituais que Deus concede a cada
cristão, devem ser colocados aos serviço de Deus e do seu Reino
com nos ensina o nosso Mestre. Deus deseja não só que os seus
filhos evitem o mal e o pecado mas também que eles pratiquem o bem
em favor do seu próximo, por amor ao seu Filho Jesus, que nos
comprou para Deus através do seu sangue.
Sem comentários:
Enviar um comentário