terça-feira, 22 de março de 2016

A semente e os espinhos

O nosso Senhor Jesus compara a Palavra Deus ouvida pelo homem com uma semente. Esta Palavra, ao ser ouvida cai no coração, ou seja fica na mente do ouvinte e origina frutos, que podem ser visíveis  em atitudes executadas de acordo com a palavra de Deus, mudança  de carater entre outras  coisas. O nosso Mestre adverte-nos que depois de ouvirmos a Sua palavra algumas coisas podem impedir que essa Palavra origine mudança em nós, e à essas coisas, o nosso Senhor Jesus chama de espinhos.
 
No evangelho segundo Mateus vemos descritas as palavras do nosso Mestre sobre o resultado da Palavra na vida das pessoas depois de elas ouvirem uma pregação. Algumas pessoas depois de ouvirem a Palavra de Deus não a compreendem, veem a Palavra de Deus a ser roubada pelo Maligno dos seus corações (Mt 13:19). Outras pessoas ouvem a Palavra de Deus  e a recebem com alegria, mas chegando a angustia ou a perseguição escandalizam-se logo  e rejeitam o que ouviram (Mt 13:20-21). Outras pessoas recebem a Palavra e a aceitam como a vontade de Deus para as suas vidas; mas, os cuidados com as coisas da vida, a fascinação das riquezas e outras ambições, como ambições profissionais e pessoais impedem que a Palavra frutifique (Mt 13:22).
 
Isto porque todas as coisas atrás descritas, concorrem para desviar o olhar do crente do foco que é Jesus e a sua vinda. Para além dos cuidados com as atividades normais do dia a dia, relacionadas com coisas necessárias para a vida, desviarem o pensamento do cristão de Deus, e da sua vontade, as riquezas também podem fascinar o cristão e tornarem-se a maior ambição da sua vida. A fascinação das riquezas e a vontade de acumular cada vez mais riquezas, fazem com que o cristão seja aliciado a deixar de ser generoso em dar aos outros para poder acumular mais para si. Assim,  a Palavra ouvida pelo cristão deixa de ter efeito na sua vida, porque está demasiado centrado nas coisas do dia a dia e nas riquezas para poder agir de acordo com a Palavra que ouviu.
 
O nosso Deus diz-nos através da primeira epístola a Timóteo que aqueles que possuem bens devem praticar o bem, ser ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir. Podemos ver isso no versículo seguinte: "Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos em repartir;" 1Tm 6:17-18. Quando o cristão está centrado nos seus a fazeres dia a dia, e em acumular riquezas, não consegue praticar o que nos foi recomendado por Deus nos versículos atrás descritos e caba por desviar-se da fé.
 
Quanto a mentalidade de acumular riquezas para si mesmo, sem repartir com os necessitados, o nosso Mestre a chama de loucura; porque todos aqueles que acumulam riquezas para si mesmos e não partilham com o próximo não são ricos para Deus. Para seremos ricos para Deus é necessário, para além de depositarmos a nossa esperança Nele, e não em bens materiais, praticar o bem, ser ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir.  Por isso aquele que acumula bens materiais na terra, mas não entesoura nos céus, é louco, porque tudo aquilo que entesourou fica na terra e por não ter sido rico para com Deus, perde a vida eterna.
 
O nosso Mestre fala-nos disso através da parábola do rico fazendeiro, como vemos nos versículos seguintes: "Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus." Lc 12: 20-21. Por tudo isso, podemos evitar os espinhos que tentam sufocar a Palavra em nós implantada por Deus, focando o nosso olhar em Jesus Cristo e no seu exemplo de vida. Para além disso, através da capacitação do Espírito Santo o cristão pode também seguir as pisadas no Mestre em terra e por isso o revestimento do Espírito Santo é a grande arma contra os espinhos que possam querer crescer nos nossos corações.

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