domingo, 24 de maio de 2015

Vinho novo em odres novos

O nosso Mestre, o Senhor Jesus, quando os discípulos de João vieram-lhe perguntar a cerca do jejum que os Seus discípulos não praticavam, ensinou que não era recomendável pôr-se vinho novo em odres velhos mas sim, vinho novo em odres novos.
Isto porque os odres eram feitos de pele inteira de um animal, como o bode, por exemplo, que era exposta ao sol para secar e depois as extremidades da pele do animal eram seladas formando uma garrafa de pele.
Os odres eram usados para armazenar sumo de uva para sofrer o processo de fermentação e originar o vinho. Durante o processo de fermentação ocorre a libertação de gás, mais concretamente de dióxido de carbono, e por isso a pele era sujeita a pressão e ia distendendo até a sua capacidade máxima.
Depois de dois a quatro meses de armazenamento a fermentação diminui e a pele do animal usada no odre era estendida ao máximo; o teor de álcool do vinho (cerca de 12%) contribuía também para  desgastar a pele e esgotar a capacidade da pele de ser esticada.
Por isso quando pretendia-se armazenar vinho novo era escolhido odres novos porque tinham a capacidade de estender-se e acomodar o gaz libertado pelo vinho durante a fermentação.
O odre velho simboliza os nossos velhos costumes, as nossas velhas formas de pensar, ou seja, a nossa postura de comodismo perante a vida, por pensarmos que sabemos fazer as coisas de uma certa maneira.
Quando Deus pretende fazer algo novo na nossa vida, Ele meche com as nossas estruturas, através de situações novas que nos tiram da nossa zona de conforto, isto para tornar-nos mais flexíveis e capacitar-nos a suportar maior pressão, a sermos pessoas diferentes para recebermos mais do Seu Espírito e vivermos uma vida espiritual de maior dimensão.
O vinho simboliza a alegria, e quando o nosso velho vinho diminui ou acaba devido as novas circunstâncias somos obrigados a buscar uma alegria nova, um vinho novo. Isto porque o motivo da nossa alegria muitas vezes é sempre o mesmo e acabamos por nos deixar ficar numa zona de conforto; Deus para nos capacitar a receber o Seu novo faz-nos mover para buscar mais do Seu Espírito e novas fontes de alegria ou seja, um novo vinho.
Essa nova situação, que nos tira do zona de conforto permite-nos tornar mais maleáveis outra vez, pois deixamos de ter a nossa vida no nosso controle e somos obrigados a ser mais dependentes de Deus, dos outros, e também a pensar de uma nova forma e a fazer novas coisas, como viver novas relações e novos desafios.
Por isso o nosso Deus quando deseja fazer-nos viver o seu novo coloca-nos em situações, que apesar de nos tirarem da nossa zona de conforto e de nos trazer algum desconforto, preparam-nos para determinados ministérios, para viver desafios e novas conquitas.
É importante deixarmos para trás o passado e gozar o presente e as novas hipótese que nos oferecem, sem desejar voltar para o passado, pois o novo de Deus encontra-se no dia de hoje e no futuro e não no passado. Por isso a Palavra de Deus diz no livro de Isaías: “Não vos lembreis das coisas passadas e nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo a luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo.” Is 43: 18-19.
Não devemos resistir a Deus e sim ficar recetivos ao novo de Deus e adquirir a nova postura, que a situação que nos tirou da zona de conforto nos obriga, seja ela financeira, amorosa, ou outra. Devemos deixar para trás as velhas perspetivas, as velhas formas de pensar do passado pois tanto o odre velho como o vinho velho já não são compatíveis com a nova situação.
Assim, devemos buscar o novo de Deus, ou seja, uma nova forma de pensar e de ver a vida para que possamos ser moldados por Deus e capacitados para viver numa vida espiritual de maior dimensão. Temos de deixar, com toda confiança, ser moldados de novo, como um vaso nas mãos do oleiro, pois o Senhor nos ama e tem o melhor para nós.
 

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