Deus chamou-nos para uma vida
de santidade e pureza, para convivermos com Ele, que é Santo, para andarmos nos
seus caminhos e testemunharmos dele, servindo de canal de bênção para o
próximo.
A nossa santidade existe uma
separação mental com o mundo, e de tudo o que desagrada a Deus, para que
possamos, como o nosso Deus, amarmos ao próximo e servi-lo. Por isso, é
fundamental a pureza de coração, a ausência de hipocrisia, e de duplicidade de
coração; para que não haja em nós a tendência de praticar obras que desagradam
a Deus e prejudiquem o próximo. Para além disso, Deus que habita em nós é Santo,
e por isso devemos ser santos também, para que o nosso templo seja do Seu
agrado ”Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis
santos, porque eu sou santo; (…)” Lv 11:44.
A pureza de coração permite ao
cristão andar em integridade e agradar a Deus, mas exige que ele fuja de toda a
aparência do mal de todas as situações dúbias que possam não ser totalmente
aprovadas por Deus. A nossa santidade, e a nossa pureza de coração, é um
requisito de Deus: “Essa é a vontade de Deus: a vossa santificação (…)” 1Ts 4:3
e é também o propósito da nossa vida, da nossa eleição: “assim como nos
escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis
perante ele; em amor Ef 1:4.
Tudo o que possa alimentar,
ódios, ressentimentos nos nossos corações devem ser retirados, e diariamente
combatidos, para que possamos ser utilizados pelo Espírito Santo e darmos
frutos do Espírito Santo, como o amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão e temperança (Gl 5:22).
Sentimentos como inveja devem
ser retirados do coração do cristão, pois a inveja precede a maldade, e a maldade
prejudica o próximo. Devido a inveja, o cristão pode viver angustiado e planejando
o mal contra o próximo. A inveja leva a que um cristão, que mesmo sendo
generoso em ofertas e fiel no dízimo, a distanciar-se de Deus e a viver em
pecado.
A inveja é um duplo pecado,
que origina a maldade no coração, e outros comportamentos condenados pela
Bíblia. Como fomos enxertados na Videira, temos de crescer e dar frutos depois
de iniciarmos a nossa caminhada cristã. Para crescermos espiritualmente, alguns
parasitas da nossa vida, como a inveja, a malícia, o engano, a hipocrisia e a
maledicência, têm de ser retirados do nosso coração.
A inveja e os outros
sentimentos, são como míldio, o mais temível dos parasitas fúngicos que infeta
as folhas da videira e pode arruinar a produção de uvas, os frutos da vinha.
Para impedir que a capacidade de produção de energia da planta (a capacidade
fotossintética) seja diminuída pelo míldio, é necessário tratar a vinha quando
ela apresenta os sintomas de infeção, e depois do tratamento, prevenir uma nova
infeção.
Por isso se quisermos crescer
espiritualmente como o apóstolo Pedro nos recomenda, devemos despojar-nos de
toda a maldade, e dolo, e hipocrisias e invejas e de toda sorte de
maledicências “Portanto, livrando-vos de toda a malignidade e de todo o engano,
hipocrisia, inveja e de toda espécie de maledicência, desejai o puro leite
espiritual, como crianças recém-nascidas, a fim de crescerdes, por intermédio
desse alimento para a Salvação”1Pe 2:1-2 (Bíblia King James Atualizada).
Depois de retiramos esses
parasitas na nossa alma, podemos desejar o leite espiritual, a Palavra de Deus,
pois ao bebermos dele, o nosso organismo vai aproveitar melhor os nutrientes, e
vamos sentir-nos melhor alimentados, pois não existe mais nada a parasitar o nosso
organismo, a retirar a sua força, e a sua capacidade de crescer vai aumentar.
A inveja e outros sentimentos
geram atitudes contra o nosso próximo, que vão contra a vontade de Deus e
entristece o Espírito Santo. A pureza que Deus requer de nós é tirada, e o
nosso coração torna-se menos parecido com o coração de Jesus Cristo.
Como ramos enxertados na videira,
temos de crescer espiritualmente e de nos tornarmos mais e mais parecidos com
Jesus Cristo no nosso caracter. Jesus Cristo é humilde, longânimo, manso.
Enquanto esteve na terra o nosso Mestre foi obediente em tudo ao Pai, e é o
nosso exemplo de comportamento.
O nosso crescimento espiritual
é também o processo de nos conformarmos a imagem de Jesus Cristo “ Porque os
que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme a imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos.” Rm 8:29. O
crescimento do cristão é evidenciado, como as uvas na videira, pelos frutos do
espírito na vida do cristão “ Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Contra essas coisas não há lei Gl 5:22-23).
O crescimento espiritual é um
processo que deve ocorrer durante toda a vida, conforme estudamos a Palavra de
Deus, pomos em prática o que aprendemos através de ações e em pensamentos. Como
os pensamentos antecedem as nossas ações e atitudes devemos ter o cuidado de
controlar os nossos pensamentos, para que sejam agradáveis a Deus e originem
atitudes que ajudem a construir o caracter desejado pelo nosso Mestre. Do nosso
coração, como nos diz o nosso Mestre, procedem os pecados:” Porque de dentro,
do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os
furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a
lascívia, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males
vêm de dentro e contaminam o homem” Mc 7:21-23.
O nosso carater deve ser
desenvolvido até a imagem de Cristo e para isso é preciso ter em conta que o
carater é fruto das ações do dia-a-dia, que fazemos repetidamente até fazerem
parte da nossa maneira de viver.
Com a existência da inveja no
coração do cristão, ele fica sujeito a ter atitudes contrárias a Deus, que
entristecem o Espírito Santo, e que são próprias do diabo, o pai da inveja, que
invejou o trono de Deus e foi banido do céu. Por inveja, os cristãos podem
perseguir, difamar, odiar, amaldiçoar e até matar.
Como o nosso Deus é amor,
devemos caminhar em amor e imitar o nosso Mestre que era manso, humilde,
misericordioso, bondoso; por isso não devemos sentir inveja do nosso próximo
nem praticar o mal. O nosso Mestre é a Luz do mundo e chamou-nos para sermos
luz no meio das trevas.
A maldade, indicada trás como
um dos parasitas da alma do cristão, afeta o crescimento espiritual e deve ser portanto,
afastada da vida do cristão. A maldade consiste em tudo aquilo que é planejado
na mente para atingir outras pessoas. A ação, muitas vezes pode ser vestida com
uma roupa de bondade, ou de integridade, mas o propósito, a intenção é má. Geralmente,
o cristão maldoso é fingido, tem dupla personalidade.
A malícia, apesar de ter uma
conotação semelhante a da maldade traduz-se numa tendência para julgar, dizer
ou agir com maldade. A malícia, é como uma lente, que faz com o homem veja maldade
em tudo o que o que vê, ouve ou acontece. A Bíblia recomenda que devemos ser meninos
na malícia; nos nossos relacionamentos devemos ser como crianças, sinceros, puros
e ingénuos. Devemos confiar nas pessoas e cultivar a confiança nos nossos
relacionamentos. Devemos também despojar-nos de todo o acúmulo de malícia que tínhamos
antes da conversão. Ao mesmo tempo que o cristão despoja-se destes sentimentos e
atitudes, deve revestir-se de Jesus Cristo. “ Ao contrário, revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo; e não fiqueis idealizando os desejos da carne” Rm 13:14 (Bíblia
King James Atualizada). A malignidade é um sinónimo da palavra maldade e
malícia e por isso tem a mesma conotação que as últimas.
A hipocrisia é um outro
obstáculo ao crescimento espiritual. O cristão, por situações diversas, acaba
por fingir, e exibir atitudes, que apesar de estarem em conformidade com a
vontade de Deus, não são sinceras; o cristão toma uma atitude positiva para com
o seu próximo, apesar de no seu íntimo sentir o oposto que a ação demonstra, e
de pensar ou de ter maus sentimentos pelo próximo.
Por outras palavras, com a hipocrisia
o cristão exibe comportamentos religiosos para impressionar as outras pessoas
mas no seu interior tem pensamentos impuros e motivações erradas que desagradam
a Deus. O perigo da hipocrisia é que o de acabarmos de viver para termos a
aprovação dos outros, e de esquecermos que Deus, aquele a quem servimos, vê os
nossos corações.
O nosso Mestre comparou os
religiosos da sua época, a sepulcros caiados, pois eles serviam Deus com
atitudes recomendadas na lei mas no seu coração estavam cheios de maldade, de
falta de misericórdia e portanto, longe de Deus “Assim também vós exteriormente
pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de
iniquidade.” Mt 23:28.
Nós os cristãos devemos além
de limparmos exterior, pondo em pratica as atitudes que a Bíblia recomenda, devemos
também limpar o nosso interior, os nossos pensamentos e motivações. Para isso
devemos obrigar-nos a ter bons pensamentos, em relação ao próximo, e que
estejam de acordo com a Palavra de Deus.
A maledicência é um outro obstáculo
ao crescimento espiritual. Para além de denegrir o próximo, e por isso
prejudica-lo, leva também a que pequemos e que possamos dar falsos testemunhos
de alguém, o que é condenado por Deus nos dez mandamentos. A maldade é também
uma ato de maldade contra o próximo, em que o cristão fala numa perspetiva
negativa sobre uma atitude, um momento da vida do próximo. A opinião do cristão
deve estar sempre fundamentada na Palavra de Deus, sempre com boa intenção, e o
comentário deve ser construtivo para a vida daquele que o ouve. Devemos ser sal
e luz em todas as situações, e as nossas palavras devem ser temperadas com sal
para preservarmos a doutrina cristã no meio em que estamos.
Como filhos da luz devemos
bendizer o nosso próximo, e não o contrário; devemos inclusive bendizer aqueles
que nos maldizem como nos aconselha o nosso Mestre (“bendizei aos que vos
maldizem, orai pelos que vos caluniam.” Lc 6:28. A maledicência é algo
estimulado pelo diabo e pode ser usada para destruir relacionamentos, pessoas,
etc. Para evitar a maledicência devemos evitar pensar mal do nosso próximo.
Em conclusão, a vontade de
Deus para as nossas vidas é o nosso crescimento espiritual, a nossa conformação
a imagem de Jesus Cristo. Por isso, Deus usa a sua Palavra para nos exortar a abandonar
hábitos que prejudicam, o nosso crescimento espiritual, e também a nossa
caminhada com Deus. Tudo o que pode parasitar a nossa vida espiritual, como a
inveja, maldade, hipocrisia, e a maledicência devem ser tiradas na nossa vida
para que possamos dar frutos em abundância para o nosso Deus.
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