sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ajustando-se aos propósitos de Deus

Deus é o nosso Criador, e tem um propósito para as nossas vidas, como a santidade, o louvor a Cristo, o testemunho de Cristo ao próximo, e a vivência do ministério da reconciliação do homem com Deus.

Por esta razão, as nossas atitudes e as nossas decisões devem ajustar-se aos propósitos de Deus. Os nossos planos de vida, e as nossas decisões do dia-a-dia, devem contribuir para a santidade que Deus deseja para as nossas vidas “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” Ef 1:4; devem louvar a Deus (tanto os nossos pensamentos, como atitudes) “ As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Sl 19:14; devem testemunhar quem Jesus é, e também contribuir para que o nosso próximo se reconcilie com Deus e queira conhece-lo. ”Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” 2 Co 5:18 “(…) assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, nomeio de vós.” 1Co 14: 25.

Nós como cristãos temos o dever de brilhar, porque nós fomos chamados para brilhar (Mt 5:14) , e por isso devemos ser como um farol para o nosso próximo, uma luz visível a longa distância, através das nossas atitudes:“ para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” Fp 2:15.

Para além disso, nós os cristãos somos o templo do Espírito Santo, nosso corpo não é de nós próprios “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que nãos sois de vós mesmos?” 1Co 6:19. Devemos escolher as atitudes que não entristeçam o Espírito Santo, como por exemplo devemos evitar qualquer “palavra torpe”, a cólera, a ira, a gritaria e outras manifestações de ira reprimida “Longe de vós, toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfémias, e bem assim toda a malícia.”Ef 4:31.

Devemos ser cheios do Espírito Santo, e isso implica viver de forma que agrade ao Espírito Santo, evitando pecar contra o Espírito Santo. Nós, para andarmos nos caminhos de Jesus Cristo precisamos de ser guiados e controlados pelo Espírito Santo. A ordenança indicada pelo Apóstolo Paulo, indica-nos pode existir vários e sucessivos enchimentos. “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito Santo,” Ef 5:18.

Para compreender a Sabedoria de Deus, e a Sua vontade precisamos do Espírito Santo, porque o Espírito Santo é o vínculo entre a humanidade e Deus e permite que nós conheçamos a Deus.

Para viver uma vida que agrade ao Espírito Santo, precisamos de renovar a nossa mente e retirar da nossa forma de pensar ideias mundanas que tínhamos antes da nossa conversão. É necessário também, retirarmos da nossa mente enganos que existiam na nossa vida cristã sobre: 1) a natureza e a origem de alguns desejos sexuais que sentimos; 2) a filosofia: “os fins justificam os meios que utilizamos”; 3) o verdadeiro louvor a Deus.



A origem e a natureza de alguns desejos sexuais que sentimos

Começando pelo primeiro engano que pode existir na vida do cristão, a Bíblia mostra que o princípio deve prevalecer sobre a paixão. Os princípios cristãos descritos na Bíblia têm mais importância nas nossas decisões do que a paixão que possamos sentir.

O cristão não pode considerar qualquer desejo sexual pessoal como saudável, natural e dado por Deus. É uma mentira poderosa, a ideia que o desejo sexual pessoal só tem origem em Deus. O nosso Deus não nos dá desejos que não possam ser satisfeitos segundo os seus padrões de santidade, totalidade e pureza.

Todos os cristãos devem considerar a autoridade de Cristo sobre as paixões humanas e então dizer como o nosso Mestre “(…) não se faça a minha vontade, e sim a tua.” Lc 22:42; e submetermos também a nossa vida amorosa a autoridade de Deus.

A pureza sexual deve ser estabelecida, enquanto reconhecemos a autoridade de Jesus Cristo nas nossas paixões e nos submetemos a sua vontade, expressa na Sua Palavra. Isso requer um total compromisso com Deus, que não depende da paixão que sentimos; requer apenas sejamos puros, que reneguemos a nossa carne e sigamos o Mestre (Mt 16:24).

Pureza pressupõe que não temos nenhuma atitude ou pensamento inapropriado ao tipo de compromissivos que temos com Deus “(…)  levando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo” 2 Co 10:5.

Pureza sexual é um dos principais meios para proteger o cristão não casado e é também um meio para proteger um casamento de comportamentos que o poluem, corrompem, infetam ou destroem física, emocionalmente ou espiritualmente.

A paixão deve ser dominada pelo princípio e o princípio é o amor: “ O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece; não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1Co 13:4-7. Portanto, o amor não é apenas um sentimento erótico, romântico, ou sexual, são atitudes que agradam ao Espírito Santo que habita em nós e louvam a Jesus Cristo.

Não há outro modo de controlar a paixão, e não há outro caminho para a pureza e para a alegria, a não ser a submissão a autoridade de Jesus Cristo na nossa vida e á sua Palavra. O ideal de Deus é que o cristão evite o pecado da imoralidade sexual.

Os cristãos devem usar tanto o seu corpo, como a sua alma e espírito para glorificar a Deus “ Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” 1Co 6:20.



Os fins justificam os meios

Por vezes, existe uma tendência de pensarmos que quando desejamos fazer algo bom, que os meios que usamos para atingir esse fim podem ser de qualquer natureza, mesmo que elícitos. Contudo, a Bíblia não aprova a filosofia “os fins justificam os meios”; o nosso Mestre ensina-nos que os meios utlizados para atingir determinados fins devem seguir os mesmos princípios de justiça, pureza, bondade, e misericórdia, que o fim que desejamos alcançar.

Os meios que utilizamos devem ajustar-se aos propósitos de Deus: da nossa santidade, da nossa pureza (o nosso coração deve ser integro, sem hipocrisia e duplicidade), do testemunhar Jesus com as nossas atitudes (devemos mostrar quem Jesus é sendo como Ele, luz) e do ministério da reconciliação do homem com Deus (devemos contribuir para que o mundo conheça Deus e o ame).

Por isso devemos, como nos aconselha o apóstolo Paulo, rejeitar as coisas que só podem ser feitas em oculto e a astúcia: “ pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos a consciência de todo homens, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.” 2Co 4:2.

A astúcia, a malícia, a manipulação, e outras coisas como estas não agradam a Deus e não devem ser utilizadas como meio para atingir um objetivo mesmo que seja bom, e recomendado pela Palavra de Deus. “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles.” Ef 5:6.

Deus é justo, e as nossas atitudes têm uma consequência, sobretudo os nossos pecados. Deus revelou-se um Deus de justiça por ter dado o seu Filho amado, Jesus Cristo, como sacrifício expiatório pelos nossos pecados. Isto porque o salário do pecado é a morte, e nós sendo pecadores merecíamos a morte eterna. Por isso, para pagar a nossa dívida, Jesus morreu em nosso lugar, e pagou Ele mesmo na cruz, o preço dos nossos pecados. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor!” Rm 6:23. Assim, a Justiça foi feita pois Jesus cumpriu a lei, morreu por todos nós pecadores, e a dívida que tínhamos foi paga.

Esse gesto de tão grande amor por toda a humanidade mostra a misericórdia de Deus, que superou a ira que os nossos pecados lhe causavam, pois a preocupação de Deus com as nossas vidas levou a planear uma forma de quitar a nossa dívidas e de nos aproximar Dele.

Por isso, nas nossas decisões, devemos ser imitadores de Jesus Cristo, que foi obediente a Deus Pai, e nos meios que utilizarmos para atingir determinados fins mostrar o carácter de Deus “Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados;” Ef 5:1.

 

O louvor a Deus

Existe muitas vezes nos cristãos a ideia que o louvor a Deus inclui apenas os hinos que cantamos a Deus nos cultos. Contudo, a Palavra de Deus mostra-nos que o louvar a Deus traduz-se numa modo de viver segundo a Palavra de Deus, em pensamentos e atitudes que agradam a Deus. O coração tem uma grande importância para Deus: aquilo que pensamos e sentimos, são avaliados por Deus e não apenas as nossas ações, por isso o Salmista pede a Deus que as suas palavras e os seus pensamentos possam agrada-Lo: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor rocha minha e redentor meu!” Sl 19:14.

O louvor a Deus pode ser também todo o ato de obediência a Deus, tudo o que é feito com o objetivo de ama-lo e amar ao próximo. Por isso Deus recomenda-nos que no nosso dia-a-dia sejamos misericordiosos com o próximo, que perdoemos as faltas que cometem contra nós, e que sejamos e também misericordiosos para com aqueles que estão mais desfavorecidos, como o estrangeiro, o pobre, a viúva e o órfão, como está escrito no livro de Zacarias: “Assim falara o Senhor dos Exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão; não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu próximo” Zc 7:9-10.

A Bíblia mostra por várias vezes que Deus desaprova quando planeamos o mal contra o próximo, seja por que motivo for: por vingança, por inveja ou simplesmente por maldade. “ Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita contigo confiadamente.” Pv 3:29.

Em conclusão, não são apenas os atos que praticamos num culto, como o cantar hinos, dar ofertas e dízimos, mas também tudo o que fazemos e tudo o que pensamos em obediência a Palavra de Deus que louva ao nosso Deus. Por isso, um coração puro, sem hipocrisia, fingimento ou duplicidade, louva a Deus, onde que que estejamos, e alegra o Espírito Santo que está em nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário