terça-feira, 21 de agosto de 2018

Perdoar quantas vezes


O homem enquanto relaciona-se com outras pessoas muitas vezes é confrontado com situações que podem magoa-lo e tornarem-se um motivo para que os relacionamentos em causa sejam cortados. Contudo, o nosso Senhor Jesus tem uma perspetiva totalmente contrária ao que nossa natureza humana é capaz de imaginar.

Certo discípulo chamado Pedro, numa ocasião perguntou ao nosso Mestre quantas vezes deveríamos perdoar ao nosso irmão. Tendo ouvido as mensagens do nosso Senhor Jesus Pedro tentou arriscar uma resposta a sua própria pergunta, perguntando se seriam sete vezes. Mas o nosso Senhor deu-lhe como resposta um número muito superior: até setenta vezes sete.

Podemos ver isso nos versículos a seguir: “Então, Pedro, aproximou-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo até que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” Mt 18:21-22. Nós humanos temos a tendência de colocar um limite de vezes em que podemos perdoar a alguém com quem convivemos. Mas o nosso Mestre ensina-nos que devemos perdoar quantas vezes forem necessárias, mesmo que o número de vezes já seja grande.

Deus quando nos aceitou no seu Reino perdoou os nosso pecados, e continua perdoando-nos a cada dia. Ao longo da nossa vida já perdemos conta das vezes que pedimos a Deus perdão e quantas vezes Deus já nos perdoou. Se quisermos mostrar gratidão a Deus pelo perdão que Ele nos concede, a cada dia, devemos também perdoar as ofensas cometidas contra nós.

Para falar-nos da importância de perdoar-nos para manter-nos boas relações com o nosso Senhor Deus, o Mestre conta-nos a seguinte parábola: “Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. (...) Então, o servo, prostrando-se reverente, regou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. (…) Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como eu também me compadeci de ti?” Mt 18:23,26-27, 32-33.

Este servo depois de suplicar o perdão da sua dívida ao seu senhor, obrigou ao seu conservo que lhe pagasse tudo o que lhe devia colocando-o na prisão. Aquilo que o servo deveria fazer era perdoar o montante que o conservo lhe devia da mesma forma como o seu senhor lhe tinha perdoado a dívida. Deus espera isso também de nós, que ofereçamos o perdão aos outros da mesma forma como recebemos de Deus o perdão de todas as ofensas que cometemos contra Ele.

Quando não perdoamos Deus indigna-se connosco e chama-nos atenção através do seu Espírito Santo. Se não ouvirmos a sua voz a nossa comunhão com Deus Pai fica afetada negativamente. O nosso Mestre chama-nos atenção que Deus deseja que perdoemos no nosso íntimo aqueles que pecaram contra nós. Vemos isso no versículo seguinte: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoares cada um a seu irmão." Mt 18:35

Nós, por sermos pecadores não tínhamos forma de pagar o preço dos nossos pecados e por isso Deus providenciou um substituto para que pagasse por nós o preço dos nossos pecados. O seu Filho Jesus Cristo sendo Santo morreu na cruz do Calvário por nossa causa. Por isso, não podemos limitar o perdão que damos ao nosso próximo nem colocar limites de situações nas quais oferecemos o perdão. Devemos perdoar porque Deus já nos ofereceu o perdão de todos os nossos pecados.

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