Temos visto no nosso dia a dia que para
que alguma coisa possa ser cheia ela precisa primeiramente de estar
vazia. Isto é verificado em todas as situações da vida inclusive
na vida espiritual. Quando um cristão pede a Deus que o encha do seu
Espírito Santo é necessário que o cristão entenda que para que
Deus o encha é necessário que ele fique vazio de si mesmo, da sua
autossuficiência, do seu eu.
Deus mostrou que pode encher um cristão
com o seu Espírito Santo num segundo, como fez no dia de
Pentecostes. “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um
vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. (…)
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
língua, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” At 2:
1-2,4.
Mas para que Deus esvazie um cristão
de si mesmo pode levar um longo tempo, e pode ser necessário um
longo processo com vários acontecimentos que causam maior
dependência de Deus e ao mesmo tempo uma maior consciência de que sem
Deus nada pode-se fazer. Na Bíblia temos o exemplo de Pedro que
achava que por si mesmo teria forças para resistir qualquer pressão
sem negar a Jesus.
Deus mostrou a Pedro que para que ele
fosse fiel a Jesus necessitava do poder do Espírito Santo. Em si
mesmo Pedro não tinha como resistir a tentação de negar a Jesus
como ficou provado no dia em que negou a Jesus três vezes. Vemos a
seguir o que Pedro disse em relação a sua fidelidade ao Mestre: "Eu porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu pois quando te converteres, fortalece aos teus irmãos. Ele, porém, respondeu: Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte." Lc 22:32-33.
Contudo, depois do nosso Senhor Jesus ser preso Pedro ficou tão temeroso que até negou conhecer ao Senhor Jesus quando foi identificado como seguidor do Mestre por pessoas simples, que não representavam o Sinédrio. Vemos isso nos versículos seguintes: "Entrementes, uma criada, vendo-o assentado perto do fogo, fitando-o disse: Este também estava com ele. Mas Pedro negava, dizendo: Mulher, não o conheço. Pouco depois, vendo-o outro disse: também tu és dos tais. Pedro porém protestava: Homem, não sou. E, tendo passado cerca de uma hora, outro afirmava dizendo: Também este, verdadeiramente, estava com ele, porque também é galileu. Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar cantou o galo." Lc 22:56-60.
Depois no Pentecostes, Pedro cheio do
Espírito Santo não hesitou em continuar a pregar o nome de Jesus
mesmo estando sob ameaças dos sacerdotes da época. Podemos ver a
resposta de Pedro às palavras do Sinédrio nos versículos a seguir:
“Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote
interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não
ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa
doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então,
Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a
Deus do que aos homens.” At 5:27-29
Deus esvazia-nos de nós mesmos tirando a nossa presunção e fazendo-nos colocar a nossa confiança apenas em Deus e não em nós mesmos. Neste processo, de maior dependência a Deus somos obrigados a aproximar-nos mais de Deus. Aproximação de Deus é algo que
exige progressivamente que deixemos cada vez mais coisas para trás, e
que façamos as coisas da maneira de Deus e
não à maneira da nossa carne.
O apóstolo Tiago aconselha-nos a tirar a duplicidades dos nossos corações e a purificar-nos enquanto nos aproximamos de Deus. “Chegai-vos a Deus, e ele
se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e, vós que sois de
ânimo dobre, limpai o coração.” Tg 4:8.
Quanto mais nos esvaziar-nos de nós mesmos mais espaço deixaremos para o Espírito Santo na nossa vida; e mais permitiremos que Deus controle a nossa vida. Deus não se agrada da duplicidade e por isso quanto mais desejarmos aproximar-nos de Deus mais coisas da carne teremos de deixar para agradá-Lo e para termos comunhão com Deus.
Quanto mais nos esvaziar-nos de nós mesmos mais espaço deixaremos para o Espírito Santo na nossa vida; e mais permitiremos que Deus controle a nossa vida. Deus não se agrada da duplicidade e por isso quanto mais desejarmos aproximar-nos de Deus mais coisas da carne teremos de deixar para agradá-Lo e para termos comunhão com Deus.
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