Nós
os seres humanos temos necessidades várias e muitas vezes acabamos
por inverter o valor que damos as coisas. As necessidades do homem
não são apenas materiais mas também espirituais. Quando o homem
coloca as suas necessidades materiais a cima das necessidades
espirituais comete um grande erro e muitas vezes não consegue
concertar as consequências desse erro.
No
Antigo Testamento vemos a história de um homem que colocou as suas
necessidades materiais acima das suas necessidades espirituais e mais
tarde quando se apercebeu do erro que tinha cometido não conseguiu
voltar para trás. O nome desse homem é Esaú o filho gémeo de
Isaque.
Esaú
era um homem do campo, um perito caçador e um dia vindo esfomeado do
campo pediu ao seu irmão Jacó um pouco do cozinhado de lentilhas
que ele tinha preparado. Ele valorizou mais o prato de comida, que
necessitava no momento, do que o seu direito de progenitura e cometeu
um pecado que mais tarde se arrependeu, ou seja, vendeu o seu direito
de progenitura.
Vemos
isso nos versículos a seguir: “Tinha Jacó feito um cozinhado,
quando, esmorecido, veio do campo Esaú. E lhe disse: peço-te que me
deixes comer um pouco desse teu cozinhado vermelho, pois estou
esmorecido. Daí chamar-se Edom. Disse-lhe Jacó: Vende-me primeiro o
teu direito de progenitura. Ele respondeu: Estou pronto a morrer; de
que me aproveitará o direito de progenitura? Então, disse Jacó:
Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de progenitura a
Jacó.” Gn 25:29-33.
O
ato de Esaú influenciou a sua vida e de todo o povo que descendeu
dele. A sua descendência passou a chamar-se Edom, que significa
vermelho, em memória do guisado vermelho que Esaú comeu em troca do
seu direito de progenitura. O direito de progenitura significava a
bênção que Jacó, seu pai, iria dar ao seu primogénito, portanto
era algo espiritual.
Esaú
não valorizou o seu direito de progenitura e achou mais importante o
prato de lentilhas que iria matar a sua fome. Esse pecado é
frequente nas pessoas do dia de hoje que acham mais importante a
satisfação das suas necessidades momentâneas, do que a necessidade
de obedecer a Deus e manter-se rumo ao caminho da salvação.
As
necessidades momentâneas, como o comer, o namorar, o vestir entre
outras coisas, não podem ser colocadas acima das coisas espirituais,
porque estas últimas são eternas. Por isso, o apóstolo Paulo
aconselha aos cristão a buscarem as coisas do alto, e não as que
são da terra, como vemos a seguir: “Portanto, se fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas do alto, onde
Cristo vive, assentado a direita de Deus.” Cl 3:1
Inclusive,
as nossas necessidades momentâneas podem servir de pretexto para
Satanás nos tentar, como fez com o Senhor Jesus no deserto. Depois
de quarenta dias de jejum, o nosso Mestre teve fome e Satanás
sugeriu a Jesus que transformasse as pedras em pão. Vemos isso a
seguir: “E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve
fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de
Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém,
respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de
toda a palavra que procede da boca de Deus.”Mt 4:1-4.
Nós
humanos para além de termos um corpo também temos alma e espírito
e o nosso alimento espiritual é obedecer a Palavra de Deus, da mesma
forma como o alimento de Jesus era fazer a vontade do Pai Celeste.
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade
daquele que me enviou e realizar a sua obra.” Jo 4:34.
Por
isso, perdemos mais desobedecendo a Deus do que deixando de
satisfazer as nossas necessidades momentâneas. Esaú mais tarde,
deu-se conta do que tinha perdido, mas era tarde de mais para
consertar o que tinha feito. Para além disso o povo que deu origem
ficou com o nome do seu pecado, ou seja, Edom. O pecado de Esaú
afetou a sua vida e marcou a vida das pessoas que descenderam dele.
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