A Bíblia relata diferentes
posturas perante Jesus Cristo e perante o seu convite para segui-Lo. Duas respostas,
completamente opostas, relatadas pela Bíblia foram a a resposta do publicano Levi,
que se tornou discípulo de Jesus e a resposta do jovem rico.
Estas duas figuras bíblicas
têm em comum o fato de serem ambos abastados, habituados a manipular bastante
dinheiro e por isso teriam os dois o mesmo envolvimento com o dinheiro.
No entanto, estas duas figuras
bíblicas tinham uma postura pública bastante diferente em relação a Deus: o
publicano Levi era um pecador confesso por ser coletor de impostos para o
império Romano, e por ser provavelmente rico por meios ilícitos, por roubar ao
povo através de aumentos dos impostos cobrados. Para além
disso o publicano Levi, era considerado um apóstata, por manipular moedas que
por possuírem uma esfinge do imperador Romano violavam o primeiro mandamento.
O jovem rico pelo contrário
era uma pessoa interessada nos assuntos divinos que apesar da sua idade e da
sua riqueza cumpria os mandamentos. Contudo, a resposta destes dois homens ao
convite de Jesus para segui-Lo foram totalmente diferentes: o publicano Levi,
encontrando-se a trabalhar, numa mesa de coletoria, levantou-se abandonou a
mesa, o dinheiro que estava a cobrar, as pessoas e seguiu a Jesus. Pelo
contrário o jovem rico, ouvindo a convite de Jesus para segui-Lo e a recomendação
para que vendesse todos os seus bens ficou muito triste e foi-se embora.
O esperado, era que o jovem
rico, por estar mais inclinado para os assuntos de Deus, abandonasse tudo o que
tinha para seguir a Deus mas não foi o que aconteceu. O publicano, aquele que
se tinha “vendido” para o império Romano e tornando-se cobrador de impostos dos
próprios conterrâneos, e ladrão, foi esse que largou tudo o que estava a fazer,
e toda a sua vida para seguir o Mestre.
O jovem rico demonstrou que
não amava a Deus tanto como pensava: ele não amou a Deus mais do que os seus
bens, do que a sua família e do que tudo o que tinha. O nosso Mestre diz-nos
ainda que, aquele que não O ama mais do que a seu pai, a sua mãe, mulher e
filhos, irmãs e irmãos e ainda a própria vida não pode ser seu discípulo. “Se alguém
vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e
irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” Lc 14: 26. O
publicano, pelo contrário, mostrou maior amor a Jesus do que a sua própria vida
e do que tudo o que tinha.
Assim, ao contrário do
esperado, o publicano Levi tornou-se discípulo de Jesus, e recebeu um novo
nome: Mateus. O nosso Mestre diz-nos que para ser seu discípulo é necessário
renunciar a tudo o que se tem: tanto bens matérias como tudo que que existe de
mau no coração como orgulho, inveja, ódio, amargura, falta de perdão e egoísmo.
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós que não renuncia a tudo quanto tem não
pode ser meu discípulo.” Lc 14: 33. Foi isso que o publicano Levi, o pecador,
foi capaz de fazer e o jovem rico, que observava os mandamentos não conseguiu
fazer.
Nos evangelhos, estão
relatadas ainda a postura de outros publicanos, de homens considerados como pecadores
da sociedade de Israel. O nosso Mestre demonstra numa parábola, a maior
humildade perante Deus dos publicanos, que eram capazes de se humilhar perante
Deus, de admitir que eram pecadores e que precisavam do perdão de Deus, ao
contrário de muitos religiosos como os fariseus.
Na parábola do fariseu e do publicano,
o publicano teve uma atitude oposta ao do fariseu: orava em voz baixa, não
procurando ser ouvido pelos homens, e abaixou humildemente a cabeça enquanto
batia no peito dizendo: “(…) ó Deis, sê propício a mim, pecador!” Lc 18: 13. O
fariseu, pelo contrário apenas enaltecia-se relatando o seu jejum, e como dava
o dízimo de tudo o que possuía. O fariseu apesar de ser religioso, não tinha a
capacidade de reconhecer que era pecador e que precisava do perdão de Deus.
O nosso Senhor Jesus é
misericordioso e perdoa a todos o que vêm aos seus pés humildemente pedir
pedrão pelos seus pecados, sejam eles quais forem. O nosso Mestre ensina-nos que
todos aqueles que se humilham perante Deus, reconhecendo que são pecadores e
que precisam do perdão de Deus, acham a graça de Deus e o perdão dos seus
pecados. “(…) porque todo aquele se exalta será humilhado; mas o que se humilha
será exaltado” Lc 18:14.
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