quinta-feira, 11 de junho de 2015

A diferença entre o publicano Levi e o jovem rico


A Bíblia relata diferentes posturas perante Jesus Cristo e perante o seu convite para segui-Lo. Duas respostas, completamente opostas, relatadas pela Bíblia foram a a resposta do publicano Levi, que se tornou discípulo de Jesus e a resposta do jovem rico.
 
Estas duas figuras bíblicas têm em comum o fato de serem ambos abastados, habituados a manipular bastante dinheiro e por isso teriam os dois o mesmo envolvimento com o dinheiro.
 
No entanto, estas duas figuras bíblicas tinham uma postura pública bastante diferente em relação a Deus: o publicano Levi era um pecador confesso por ser coletor de impostos para o império Romano, e por ser provavelmente rico por meios ilícitos, por roubar ao povo através de aumentos dos impostos cobrados. Para além disso o publicano Levi, era considerado um apóstata, por manipular moedas que por possuírem uma esfinge do imperador Romano violavam o primeiro mandamento.
O jovem rico pelo contrário era uma pessoa interessada nos assuntos divinos que apesar da sua idade e da sua riqueza cumpria os mandamentos. Contudo, a resposta destes dois homens ao convite de Jesus para segui-Lo foram totalmente diferentes: o publicano Levi, encontrando-se a trabalhar, numa mesa de coletoria, levantou-se abandonou a mesa, o dinheiro que estava a cobrar, as pessoas e seguiu a Jesus. Pelo contrário o jovem rico, ouvindo a convite de Jesus para segui-Lo e a recomendação para que vendesse todos os seus bens ficou muito triste e foi-se embora.
O esperado, era que o jovem rico, por estar mais inclinado para os assuntos de Deus, abandonasse tudo o que tinha para seguir a Deus mas não foi o que aconteceu. O publicano, aquele que se tinha “vendido” para o império Romano e tornando-se cobrador de impostos dos próprios conterrâneos, e ladrão, foi esse que largou tudo o que estava a fazer, e toda a sua vida para seguir o Mestre.
O jovem rico demonstrou que não amava a Deus tanto como pensava: ele não amou a Deus mais do que os seus bens, do que a sua família e do que tudo o que tinha. O nosso Mestre diz-nos ainda que, aquele que não O ama mais do que a seu pai, a sua mãe, mulher e filhos, irmãs e irmãos e ainda a própria vida não pode ser seu discípulo. “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” Lc 14: 26. O publicano, pelo contrário, mostrou maior amor a Jesus do que a sua própria vida e do que tudo o que tinha.
Assim, ao contrário do esperado, o publicano Levi tornou-se discípulo de Jesus, e recebeu um novo nome: Mateus. O nosso Mestre diz-nos que para ser seu discípulo é necessário renunciar a tudo o que se tem: tanto bens matérias como tudo que que existe de mau no coração como orgulho, inveja, ódio, amargura, falta de perdão e egoísmo. “Assim, pois, todo aquele que dentre vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” Lc 14: 33. Foi isso que o publicano Levi, o pecador, foi capaz de fazer e o jovem rico, que observava os mandamentos não conseguiu fazer.
Nos evangelhos, estão relatadas ainda a postura de outros publicanos, de homens considerados como pecadores da sociedade de Israel. O nosso Mestre demonstra numa parábola, a maior humildade perante Deus dos publicanos, que eram capazes de se humilhar perante Deus, de admitir que eram pecadores e que precisavam do perdão de Deus, ao contrário de muitos religiosos como os fariseus.
Na parábola do fariseu e do publicano, o publicano teve uma atitude oposta ao do fariseu: orava em voz baixa, não procurando ser ouvido pelos homens, e abaixou humildemente a cabeça enquanto batia no peito dizendo: “(…) ó Deis, sê propício a mim, pecador!” Lc 18: 13. O fariseu, pelo contrário apenas enaltecia-se relatando o seu jejum, e como dava o dízimo de tudo o que possuía. O fariseu apesar de ser religioso, não tinha a capacidade de reconhecer que era pecador e que precisava do perdão de Deus.
O nosso Senhor Jesus é misericordioso e perdoa a todos o que vêm aos seus pés humildemente pedir pedrão pelos seus pecados, sejam eles quais forem. O nosso Mestre ensina-nos que todos aqueles que se humilham perante Deus, reconhecendo que são pecadores e que precisam do perdão de Deus, acham a graça de Deus e o perdão dos seus pecados. “(…) porque todo aquele se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” Lc 18:14.
 


Sem comentários:

Enviar um comentário