Os fariseus constituíam um
grupo religioso que surgiu dois séculos antes da época de Jesus, e que apesar de
ser aceite socialmente como um grupo religioso devoto a Deus e espiritual, aos
olhos de Jesus Cristo estavam longe do que Deus considerava justo e santo.
O nosso Mestre apontou neste
grupo várias falhas de comportamento para com Deus. Os fariseus apesar de
seguirem alguns preceitos da Lei negligenciavam o mais importante: o amor a
Deus e o amor ao próximo; cumpriam o jejum e doavam os dízimos da hortelã, do
endro e do cominho, mas esqueciam-se da justiça, da misericórdia e da fé.
No evangelho de Mateus o nosso
Mestre afirmou: “ Ai que vós escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o
dízimo da hortelã, do endro, e do cominho e tendes negligenciado os preceitos
mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém,
fazer estas coisas, sem omitir aquelas” Mt 28: 23.
Deus diversas vezes ao longo
das Escrituras afirmou que faltava ao povo judeu a prática de obras de justiça,
de misericórdia e de fé. As obras de justiça, como defender a causa dos órfãos,
das viúvas, dos estrangeiros e dos necessitados eram negligenciados pelos líderes
religiosos, incluindo os fariseus: “Aprendei a fazer o bem; atendei a justiça,
repreendei o opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa da viúva”.
Is 1:17.
A misericórdia, a capacidade
de perdoar aquele que nos ofendem, e a disposição para amparar aqueles que
estavam caídos, também não era defendida nem praticada pelos fariseus, e o
Senhor Jesus apontou a falta de cumprimento de muitos outros mandamentos do
Senhor dos fariseus. Para além disso os fariseus cumpriam preceitos dos homens,
que invalidavam os preceitos fundamentais da Bíblia.
Os fariseus ensinavam a lei e
não a cumpriam e por isso o Senhor Jesus advertiu que eles atavam fardos
pesados e difíceis de carregar e os punham sobre os ombros dos homens, mas que nem
com um dedo queriam move-los: Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e
os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles nem mesmo com o dedo
querem movê-los” Mt 23:4.
O nosso Mestre advertiu ao povo
da altura a não imitarem a conduta dos fariseus, pois eles não tinham o seu
coração voltado para Deus. “Fazei e guardai, pois, tudo quanto ele vos
disserem, porém não os imiteis nas suas obras porque dizem e não fazem” Mt 23:3.
Os fariseus não eram exemplo de conduta para com Deus: eles falavam da vontade
de Deus e não a cumpriam.
Tudo o que faziam eram com o
intuito de serem vistos pelos homens, e de receberem deles louvor. Os fariseus tinham
como objetivo serem admirados e notados pela sociedade e por isso usavam títulos,
vestuários que tinham como objetivo permitir que fossem reconhecidos nas ruas e exigiam um
tratamento especial nas saudações.
Pela soberba que enchia os
seus corações, os fariseus amavam os primeiros lugares nos banquetes e as primeiras
cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres
pelos homens (Mt 23:6-7).
Os fariseus achavam-se
perfeitos e exemplos de santidade, mas eram pecadores sujeitos a maior juízo,
porque ensinavam e não cumpriam; e para além disso eram avarentos, roubavam ao
povo e devoravam as casas das viúvas, provavelmente pedindo doações superiores
ao que podiam efetuar; e para o justificar faziam longas orações (Mt 23:14).
O nosso Mestre retrata a opinião
que os fariseus tinham se de si próprios na parábola do fariseu e o publicano ”O
fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te
dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem
ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo
quanto ganho.” Lc 18:11
Os fariseus consideravam-se
justos e desprezavam os outros; contudo, eles não praticavam a justiça
requerida por Deus aos seus servos, eles não defendiam os mais desfavorecidos
da sociedade, não eram misericordiosos, nem viviam humildemente, em fé, para Deus:
tudo o que faziam eram para serem vistos pelos homens. Não se apercebiam que ao
não cumprirem os mandamentos mais importantes como amar a Deus e acima de todas
as coisas e ao próximo como a eles mesmos estavam em pecado e necessitados do
perdão de Deus.
O Nosso Mestre demonstra com a
parábola do fariseu e do publicano que os fariseus não eram humildes perante
Deus pois não reconheciam que eram pecadores, e por estrarem cheios de soberba,
eram orgulhosos, altivos e consideravam-se superiores aos outros. (Lc 18:9-14).
Por isso, em comparação com os publicanos, que eram conhecidos como pecadores,
os fariseus estavam pior diante de Deus, ou seja eram mais pecadores do que os
publicanos, que eram cobradores de impostos e que enriqueciam cobrando mais ao
povo do que era exigido pelo império Romano.
Os fariseus eram mais
pecadores do que os publicanos porque para além de ensinarem a Lei e de não a
cumprirem, fechavam o reino dos céus aos homens; mas o pior de tudo, era que não tinham humildade
para se vergarem perante Deus e pedirem perdão pelos seus pecados. Pelo
contrário, eram soberbos, enalteciam-se perante Deus pelas obras que praticavam, achavam os outros inferiores a eles e os desprezavam.
Eles preocupavam-se apenas com
o seu exterior, ou seja, com as suas atitudes exteriores mas não tinham
preocupação com os seus corações: estavam cheios de soberba, orgulho, avareza,
intemperança e iniquidade e hipocrisia, por ensinarem uma lei que não cumpriam, tinham também
o coração cheio de hipocrisia (Mt 23:25).
O nosso Mestre alertou-os que
pela atitude dos seus corações, ou seja pela falta de humildade perante Deus e
pela forma como impediam o povo de entrar no reino de Deus, (por não entrarem e
por impedirem a quem queria entrar no reino), que dificilmente escapariam a
condenação do inferno “Serpentes, raças de víboras! Como escapareis da
condenação do inferno” Mt 23:33.
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