quarta-feira, 14 de março de 2018

O início da caminhada de Saul

O rei Saul é muito conhecido na história do povo de Israel por ter sido o primeiro rei de Israel. Deus escolheu-lhe para este cargo e colocou nele o seu Espírito para que pudesse governar a Israel e defender o povo dos povos que os oprimiam como os filisteus e os amalequitas. A Bíblia mostra que na altura em que Saul foi escolhido para ser rei ele possuía virtudes de carácter que devemos buscar também para nós ,como  por exemplo,a humildade.

No primeiro livro de Samuel vemos que Saul demonstrava-se humilde e tinha temor a Deus. Para quem ocupa cargos de liderança cristã a humildade é extremamente importante, para que a pessoa não tente projetar-se acima dos outros nem ver os outros como inferiores a si mesmo. Neste livro de Samuel podemos ver que apesar de Saul ser um homem jovem e bonito, ele não achava-se com mérito para ser rei de Israel.

Vemos isso no versículo seguinte: “Então, respondeu Saul e disse: porventura, não sou benjamita, da menor das tribos de Israel? E a minha família, a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com tais palavras? 1Sm 9:21 Saul achava-se um homem humilde, que não merecia grandes honras, porque a sua família era a mais pequena da tribo de Benjamim.

Hoje, com a vastidão dos meios de comunicação, as pessoas tem acesso a histórias verdadeiras e fictícias de grandes homens e mulheres que fizeram grandes feitos e acabam por achar que merecem também um grande lugar de destaque na sociedade; e muitas vezes acabam por achar-se superior aos outros. Essa falta de humildade também afeta muitos cristãos, que acham-se melhores do que os outros, pelas suas capacidades intelectuais ou mesmo pela sua posição em Cristo.

É preciso humildade para caminharmos com Deus, e vermos que nada somos e que, o que temos, tanto as nossas capacidades intelectuais como a salvação que usufruímos é apenas pela Graça de Deus e não porque somos melhores do que os outros. O Espírito Santo aconselha-nos a admitir como Paulo, que somos o que somos pela Graça de Deus: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” 1Co 15:10.

Depois de pouco tempo, um ano depois do seu reinado, Saul tornou-se um homem diferente, ele passou a preocupar-se mais com a sua glória e com o seu reconhecimento como rei e preocupar-se menos em obedecer a Deus. Quando os filisteus reuniram-se para lutar contra Israel, todo o povo de Israel temeu pela sua vida e muitos fugiram do exercito de Saul para não lutarem contra os filisteus.

Deus tinha ordenado, através de Samuel, que Saul aguardasse por sete dias a chegada de Samuel para que ele oferecesse sacrifícios a Deus e recebesse a bênção do Senhor. Após os sete dias, Saul impacientou-se e não quis esperar por Samuel e resolveu oferecer sacrifícios a Deus para que o seu exército não se fosse embora. Saul pecou contra Deus, porque apenas o sacerdote poderia oferecer sacrifícios, e porque ele não se preocupou com o que Deus iria achar mas apenas preocupou-se com o seu exército, que ia-se embora.

Esperou Saúl sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então, disse Saul: trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe foi ao encontro, para o saudar. Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, eu disse comigo: Agora, descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do Senhor; e forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos.” 1Sm 13:8-12.

Para além de não submeter-se a Deus e de preocupar-se apenas em resolver os problemas que o incomodava, Saul também exaltou-se a si mesmo erguendo uma coluna ou monumento para si, e não para Deus. “Madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã; e anunciou-se àquele: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; e dando volta, passou e desceu a Gilgal.” 1Sm 15:12. A partir desde momento Saul demonstrou estar preocupado apenas com a sua glória e não com Deus. Apesar de ter sido ungido para ser rei, Saul afastou-se de Deus.

A humildade deve ser mantida ao longo da vida do cristão mesmo que ele ocupe cargos de liderança cristã e torne-se conhecido. Se o cristão perder a humildade, não vai conseguir submeter-se a Deus e por isso a sua relação com o Pai Celeste vai-se deteriorar. A soberba é inimiga da comunhão com Deus e por isso devemos vigiar o nosso coração para que ela não cresça em nós. O mais importante na vida do cristão não são os cargos ministeriais que ele ocupa mas sim a sua comunhão com Deus. Por isso, devemos procurar a humildade e a mansidão a cada dia.

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