O
rei Saul é muito conhecido na história do povo de Israel por ter
sido o primeiro rei de Israel. Deus escolheu-lhe para este cargo e
colocou nele o seu Espírito para que pudesse governar a Israel e
defender o povo dos povos que os oprimiam como os filisteus e os
amalequitas. A Bíblia mostra que na altura em que Saul foi escolhido
para ser rei ele possuía virtudes de carácter que devemos buscar
também para nós ,como por exemplo,a humildade.
No
primeiro livro de Samuel vemos que Saul demonstrava-se humilde e
tinha temor a Deus. Para quem ocupa cargos de liderança cristã a
humildade é extremamente importante, para que a pessoa não tente
projetar-se acima dos outros nem ver os outros como inferiores a si
mesmo. Neste livro de Samuel podemos ver que apesar de Saul ser um
homem jovem e bonito, ele não achava-se com mérito para ser rei de
Israel.
Vemos
isso no versículo seguinte: “Então, respondeu Saul e disse:
porventura, não sou benjamita, da menor das tribos de Israel? E a
minha família, a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim?
Por que, pois, me falas com tais palavras? 1Sm 9:21 Saul achava-se um
homem humilde, que não merecia grandes honras, porque a sua família
era a mais pequena da tribo de Benjamim.
Hoje,
com a vastidão dos meios de comunicação, as pessoas tem acesso a
histórias verdadeiras e fictícias de grandes homens e mulheres que
fizeram grandes feitos e acabam por achar que merecem também um
grande lugar de destaque na sociedade; e muitas vezes acabam por
achar-se superior aos outros. Essa falta de humildade também afeta
muitos cristãos, que acham-se melhores do que os outros, pelas suas
capacidades intelectuais ou mesmo pela sua posição em Cristo.
É
preciso humildade para caminharmos com Deus, e vermos que nada somos
e que, o que temos, tanto as nossas capacidades intelectuais como a
salvação que usufruímos é apenas pela Graça de Deus e não
porque somos melhores do que os outros. O Espírito Santo
aconselha-nos a admitir como Paulo, que somos o que somos pela Graça
de Deus: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; a sua graça,
que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais
do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.”
1Co 15:10.
Depois
de pouco tempo, um ano depois do seu reinado, Saul tornou-se um homem
diferente, ele passou a preocupar-se mais com a sua glória e com o
seu reconhecimento como rei e preocupar-se menos em obedecer a Deus.
Quando os filisteus reuniram-se para lutar contra Israel, todo o povo
de Israel temeu pela sua vida e muitos fugiram do exercito de Saul
para não lutarem contra os filisteus.
Deus
tinha ordenado, através de Samuel, que Saul aguardasse por sete dias
a chegada de Samuel para que ele oferecesse sacrifícios a Deus e
recebesse a bênção do Senhor. Após os sete dias, Saul
impacientou-se e não quis esperar por Samuel e resolveu oferecer
sacrifícios a Deus para que o seu exército não se fosse embora.
Saul pecou contra Deus, porque apenas o sacerdote poderia oferecer
sacrifícios, e porque ele não se preocupou com o que Deus iria
achar mas apenas preocupou-se com o seu exército, que ia-se embora.
“Esperou
Saúl sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo,
porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então, disse
Saul: trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o
holocausto. Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega
Samuel; Saul lhe foi ao encontro, para o saudar. Samuel perguntou:
Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando daqui,
e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se
tinham ajuntado em Micmás, eu disse comigo: Agora, descerão os
filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do
Senhor; e forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos.” 1Sm
13:8-12.
Para
além de não submeter-se a Deus e de preocupar-se apenas em resolver
os problemas que o incomodava, Saul também exaltou-se a si mesmo
erguendo uma coluna ou monumento para si, e não para Deus. “Madrugou
Samuel para encontrar a Saul pela manhã; e anunciou-se àquele: Já
chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; e
dando volta, passou e desceu a Gilgal.” 1Sm 15:12. A partir desde
momento Saul demonstrou estar preocupado apenas com a sua glória e
não com Deus. Apesar de ter sido ungido para ser rei, Saul
afastou-se de Deus.
A
humildade deve ser mantida ao longo da vida do cristão mesmo que ele
ocupe cargos de liderança cristã e torne-se conhecido. Se o cristão
perder a humildade, não vai conseguir submeter-se a Deus e por isso
a sua relação com o Pai Celeste vai-se deteriorar. A soberba é
inimiga da comunhão com Deus e por isso devemos vigiar o nosso
coração para que ela não cresça em nós. O mais importante na
vida do cristão não são os cargos ministeriais que ele ocupa mas
sim a sua comunhão com Deus. Por isso, devemos procurar a humildade
e a mansidão a cada dia.
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