segunda-feira, 10 de julho de 2017

O cajado de Davi


Davi, o profeta e rei de Israel, autor de vários salmos, foi inicialmente pastor, e quando teve de enfrentar exercitos que vinham atacar Israel, ele socorria-se da mesma força que o tinha ajudado a defender os seus rebanhos: o poder do Deus Todo-Poderoso.


Na sua primeira experiência de combate contra um soldado, Davi, não tentou imitar os soldados com experiência de guerra, e nem utilizou as armaduras que habitualmente se utilizava na guerra. Davi utilizou apenas um cajado, uma funda e cinco pedras.


É muito invulgar um soldado utilizar um cajado quando vai a guerra, mas Davi utilizou um cajado; o mesmo cajado com que defendia as ovelhas quando pastoreava os rebanhos do seu pai. Um cajado, para além de ser uma estrutura rígida e de poder ser usada como arma de defesa, também podia ser usada como amparo: quando ele estivesse cansado podia apoiar-se no seu cajado, da mesma forma como hoje se usa uma bengala.


Para Davi, o seu cajado era o seu Deus Todo-Poderoso; era em Deus em que ele descansava quando estava cansado, era Deus que o defendia dos seus inimigos, era Deus o seu amparo. Ao longo dos salmos Davi refere que Deus era o seu socorro e refúgio. Temos como exemplo o versículo a seguir: “O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei.” Sl 28:7.


Davi demonstrou que Deus era o sua força e o seu escudo quando foi enfrentar um soldado do exéricto dos filisteus, muito temido por causa da sua grande estatura e da sua experiência de guerra. Davi não se preocupou em utilizar espadas, lanças ou escudo; levou apenas o seu cajado, um alforge, onde guardou cinco pedras, e uma funda. Davi considerava que a sua força vinha do Deus Todo-Poderoso e que o Golias estava a desafiar não a nação de Israel, mas sim ao próprio Deus.


Vemos então como Davi enfrentou a Golias: “Tomou o seu cajado na mão e escolheu para si cinco pedras lisas do ribeiro, e as pôs no alforge de pastor, que trazia, a saber, no surrão; e lançando mão da sua funda, foi-se chegando ao filisteu.” 1Sm 17:40. “Davi porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a quem tens afrontado.”1Sm 17:45.


Ao longo da história de vida de Davi, vemos que o facto de ele ter feito de Deus, o seu cajado, e a sua segurança, fez com que conseguisse tornar-se o rei de Israel. Davi ao longo da sua vida, não confiou nas suas forças, para subir ao trono mas em Deus, e por isso não tentou tornar-se rei matando a Saul, como muitos teriam feito, mas esperou em Deus.


Em duas ocasiões, Saul, o rei de Israel, esteve nas suas mãos e Davi poderia tê-lo morto; mas por temor a Deus, Davi preferiu deixar de lado, a sua vontade de tornar-se rei e colocou em primeiro lugar a Deus e não fez nada de mal contra Saul porque sabia que Saul era um ungido de Deus, e que só Deus deveria tirar-lhe a vida.


Para além de colocar em segundo lugar a sua vontade de se tornar rei, Davi também colocou a sua própria vida em segundo lugar, ao poupar a vida de Saul. Desde que Davi tornara-se um soldado famoso em Israel, Saúl desejava matar Davi por inveja. Por isso, colocava soldados para para procurar Davi e mata-lo.


O temor a Deus, era superior ao amor que Davi tinha a sua própria vida. Nos versículos a seguir vemos a forma de pensar de Davi: “Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o unigido do Senhor e fique inocente? Acrescentou Davi: Tão certo como vive o Senhor, este o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou descendo a batalha, seja morto.” 1Sm 26:9-10.


Davi é um exemplo, ainda hoje de temor a Deus, de humildade quando se cai em pecado, e de amor aos mandamentos de Deus. Davi fez de Deus o seu cajado, e isso fez com que andasse em retidão, e conquistasse as promessas que Deus tinha para ele. Podemos seguir o seu exemplo e nas nossas lutas, e em todas as questões da nossa vida, fazendo de Deus o nosso cajado e a nossa segurança.

Sem comentários:

Enviar um comentário