A restauração é um processo
que visa restabelecer algo dos danos sofridos ao longo do tempo. Na vida
cristã, muitas vezes é necessário um processo de restauração espiritual, devido
aos danos causados pelo pecado, ou por outras situações que lesam a vida com
Deus.
O cristão é responsável pela
sua restauração, apesar de ser dependente do poder e da presença de Deus para
que possa faze-la. Exemplo disso é Neemias. Neemias foi um homem que soube da necessidade de restauração
da cidade de Jerusalém por seu irmão. Entristecido com a situação de Jerusalém,
Neemias chorou e jejuou perante Deus os pecados e a situação do povo de Israel
(Ne 1:4).
Depois de quatro meses da
oração de Neemias (do mês de quisleu ao mês de nisã), Deus deu a resposta que
Neemias precisava. O rei Persa, Artaxerxes vendo a tristeza de Neemias, enquanto
este cumpria as suas funções como copeiro, perguntou-lhe o motivo do seu abatimento.
Neemias reponde que é a situação desoladora de Jerusalém o motivo da sua
tristeza (Ne 2:2-3).
Então o rei pergunta a Neemias
o que queria dele e Neemias depois de orar a Deus pede-lhe que o envie para
Jerusalém com o objetivo de restaurar a cidade. O rei pergunta-lhe por quanto
tempo Neemias desejava ficar em Jerusalém e aceita o pedido. Neemias pede ainda
ao rei uma carta de autorização para apresentar aos governares das cidades por
onde passasse, até chegar a de Judá, de forma que lhe permitissem a passagem. O rei concede-lhe as cartas e a matéria prima que precisava.
Quando chegou a Jerusalém, apesar
de Neemias ter visto oposição de vários homens a restauração que pretendia efetuar,
ele assumiu a responsabilidade pela restauração da cidade de Jerusalém e agiu
firmemente para a concluir a restauração dos muros de Jerusalém. Por isso incentivou
o povo a continuar a obra de restauração e organizou o trabalho de forma, a que,
cada um que fazia a obra, com uma mão trabalhava e com a outra segurava uma
arma para se proteger dos ataques.
Assim, a Bíblia descreve: “os carregadores,
que por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e
com a outra segurava a arma.” Ne 4:17. Apesar de dependerem da força e
capacitação de Deus, Neemias e todo o povo de Jerusalém eram responsáveis pela
conclusão da restauração que desejavam ver em Jerusalém.
Na vida cristã, quando o
crente necessita de restauração, apesar de ser dependente de Deus e do seu
Espírito, é o crente o responsável pela sua restauração. Deus com o seu Espírito
capacita o crente, a realizar a obra que o crente deseja ver em sua vida, mais
concretamente a vencer o pecado, a dominar o seu espírito, a concretizar as
coisas necessárias para a sua restauração pessoal.
Um dos pilares da restauração
é a meditação e prática da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo que capacita o
crente a entender e a praticar a Palavra de Deus. Mas, é o crente quem é
responsável por negar a sua carne, e gerir a sua vida de forma a ter tempo para
meditar na Palavra e procurar ambiente e condições para que possa por a Palavra
em prática.
Nas outras áreas da vida do
crente com a área dos relacionamentos, é o Espírito Santo que nos convence a
sermos longânimos, mansos e a perdoar as ofensas sofridas. Mas é o crente quem
decide, renegar a sua carne e não deixar-se levar pela ira, pela vontade de
vingança, ou pela inveja. Por isso a atitude de amar ao próximo é uma atitude
que exige uma decisão por parte do crente, pois ele é responsável pelos seus
relacionamentos.
Áreas como o trabalho, exigem
que o crente para além de empenhar-se no seu trabalho tenha as atitudes que vão
de encontro aquilo que ele deseja. Na saúde, o crente deve decidir assumir as
suas responsabilidades na sua saúde, tomando as medidas necessárias para que
consiga alcançar a restauração na sua saúde.
Somos responsáveis pela nossa
restauração e por isso devemos também vigiar a nossa vida quanto aos inimigos
que nos cercam, pois eles não desejam ver a nossa vida restaurada e lutam
ativamente para nos impedir de concluir a nossa restauração.
Um dos nossos inimigos é o
diabo, que nos rodeia constantemente procurando formas de nos tragar. Outro
inimigo é o mundo, que nos tenta aliciar a deixar de viver da forma como Deus
deseja. Como Neemias não demos dar ouvidos aos nossos inimigos e não devemos
fazer o seu jogo: ”Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra,
de modo que não poderei descer; por que cessaria obra, enquanto eu a deixasse e
fosse ter convosco?” Ne 6:3. Por isso devemos apegar-nos a Deus para podermos
iniciar e prosseguir a restauração das nossas vidas.
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