sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

As raposinhas

A vida espiritual, e outras áreas da nossa vida, têm a capacidade de crescer como as plantas; e da mesma forma que as plantas estão sujeitas a pragas, e microrganismos que podem impedir o seu crescimento, essas áreas da nossa vida podem ser impedidas de crescer devido a presença de certas coisas no nosso coração. A Bíblia utiliza a metáfora raposinhas para referir-se a coisas na vida do cristão que podem impedir o crescimento da sua vida espiritual e de outras áreas.

A referência as raposinhas que lesam uma plantação de uvas está no livro Cânticos de Salomão como vemos a seguir: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor.” Ct 2:15. A fase que antecede a frutificação das vinhas, é quando as vinhas estão em flor. Nesta altura é necessário prevenir qualquer estrago que pragas ou microrganismos possam ter no desenvolvimento dos frutos da videira.

Existem certas plantas, que crescem ao lado das videiras, chamadas raposinhas. Estas plantas são muito parecidas com as folhas da videira, mas são muito nocivas as videiras e podem sufocar o crescimento e impedir a frutificação da videira.

Nas várias áreas da nossa vida podemos também prevenir o aparecimento de raposinhas, como nos adverte o versículo anterior do livro de Cânticos de Salomão. Na vida espiritual, quando já investimos no nosso crescimento espiritual, também podemos prevenir o aparecimento de elementos que impeçam a nossa vida de dar frutos para Deus.

A medida que crescemos temos de vigiar o nosso coração, para que nada possa crescer e sufocar a semente da Palavra que tem sido plantada em nossos corações. Existem coisas da velha natureza humana que se crescerem enquanto esperamos que o fruto da Palavra cresça em nossos corações, podem impedir o aparecimento dos frutos como um carácter  semelhante ao de Jesus Cristo, a benignidade, a bondade, e as boas obras ensinadas por Jesus Cristo.

Essas coisas podem ser por exemplo a inveja, a preguiça, a malícia entre outras coisas. A inveja é algo que impede que o nosso coração seja benigno ou seja, faz com que não consigamos pensar bem dos outros e desejar coisas boas e felizes para os outros. A inveja é um desgosto ou tristeza provocada pela alegria, prosperidade ou felicidade dos outros.

Por isso a inveja deve ser despojada do nosso coração, juntamente com a malícia, hipocrisia e maledicência, para que possamos crescer e dar frutos, como nos ensina o apóstolo Pedro. “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda a sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação,” 1Pe 2:1-2.

A preguiça é um entrave ao crescimento de todas as áreas da nossa vida incluindo a nossa vida espiritual. Se formos preguiçosos, não vamos aos cultos, não meditamos na Palavra, não oramos, e deixamos de fazer tudo aquilo que Deus nos recomenda para o nosso crescimento espiritual. A preguiça, é a pouca disposição para fazer alguma coisa, que sabe-se ser necessária para o nosso dia-a-dia. É a lentidão para praticar alguma ação.

O nosso Deus, quando dava alguma ordem aos seus profetas, dizia sempre “Dispõe-te”, e o hoje Deus diz-nos o mesmo através do seu Santo Espírito. Temos de nos dispor mentalmente para fazer aquilo que Deus nos ordena e também para fazer aquilo que é necessário para a nossa vida.

Quando Deus quis falar a Jeremias sobre o povo de Israel disse-lhe: “ Dispõe-te” como vemos a seguir: “Dispõe-te, e desce a casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras.” Jr 18:2.Temos de nos dispor para fazer tudo o necessário para o nosso crescimento e frutificação e inclusive temos de obedecer a vontade de Deus para a nossa vida.

Para além da preguiça existe outras coisas que podem impedir a nossa frutificação como a malícia. A malícia é uma inclinação que deve ser eliminada do nosso coração porque mancha a forma como vemos as outras pessoas. A malícia é a atitude de pensar sobre coisas banais atribuindo significados sexuais, ou de ter pensamentos de zombaria de outras pessoas.

Por isso a malícia além de sujar o nosso coração também entristece o Espírito Santo como nos adverte o apóstolo Paulo: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfémias, e bem assim, toda a malícia.” Ef 4:30-31.

Em resumo, quanto estamos a receber a semente da Palavra nos nossos corações e desejamos produzir frutos para Deus temos de estar atentos, nos primeiros sinais de que estamos a crescer, e retirar do nosso coração todas as raposas e raposinhas que possam destruir os frutos que desejamos dar para Deus.

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