terça-feira, 7 de abril de 2015

Os bezerros de ouro da nossa vida

É frequentes nós, os Cristãos, vermos a Deus como aquele que pode satisfazer as nossas necessidades, e a quem podemos dirigir as nossas petições porque Ele nos ouve e nos atende. Contudo, a nossa atitude perante Ele depois de obtermos a resposta da nossa petição pode mudar.
 
O objeto ou pessoa que pedimos a Deus pode tornar-se mais importante para nós do que o próprio Deus que nos abençoou. Para além disso, pode acontecer também que deixemos de buscar a Deus com a mesma intensidade, com que o fazíamos antes de receber o que queríamos, porque já temos o que queríamos e já não precisamos de Deus.
Com isto, deixamos de ser íntegros para com Deus, porque o nosso coração fica dividido entre Deus e o objeto que obtemos do Senhor e não buscamos mais a Deus de todo o coração. Deixamos de viver inteiramente para Ele, porque o nosso Deus deixa de ser o mais importante para nós. Em consequência disso, a nossa obediência a Deus também diminui porque já não nos preocupamos tanto com o Senhor e com os seus caminhos, ou seja, com a obediência a Sua Palavra.
O nosso Deus é um Deus que tem um coração, Ele sente e emociona-se, e quando vê que a nossa relação é baseada no interesse Ele fica triste, porque observa que nós depois de obtermos o que desejamos nos afastamos Dele. Neste momento, aquilo que ocupa o lugar anteriormente ocupado por Deus torna-se um ídolo, ou seja, algo que amamos mais que a Deus.
Com isso, os nossos caminhos não são agradáveis a Deus, pois estão longe dos caminhos ordenados por Ele, ou seja, da obediência e amor que Deus exige das nossas vidas. A tristeza de Deus nesse momento é semelhante a tristeza que o Senhor sentiu quando viu que o povo que Ele tinha libertado do Egipto, tinha-se revoltado e construído um bezerro de ouro para substituir o Seu papel na vida deles. “ Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito se corrompeu e depressa se desviou do caminho que eu lhe tinha ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.” Ex 32: 7-8.
Os nossos ídolos podem ser coisas banais e legítimas que precisamos no nosso dia-a-dia, como um carro, um emprego, um marido, ou até mesmo o dinheiro que precisamos no dia-a-dia. Esse objeto ou pessoa, passa a ter uma grande importância para nós, e torna-se objeto de um amor mais intenso da nossa parte do que o amor que devotamos a Deus. O nosso pensamento torna-se também focado nesse objeto ou pessoa, e assim, esse objeto, que recebemos de Deus, torna-se num obstáculo na nossa relação com o nosso Deus.
Por isso devemos ter cuidado com o amor que dedicamos aos objetos e as pessoas que estão a nossa volta, não devemos deixar que alguma coisa se torne mais importante para nós do que Deus, porque Deus é mais importante do que qualquer bênção que Ele nos possa dar. Para além disso, a idolatria é um pecado, que afasta o homem da comunhão com Deus e do seu reino. O nosso Mestre deseja que o amemos mais do que aos nossos pais, irmãos, e todas as pessoas e coisas que existem a nossa volta.

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