É frequentes nós, os Cristãos,
vermos a Deus como aquele que pode satisfazer as nossas necessidades, e a quem
podemos dirigir as nossas petições porque Ele nos ouve e nos atende. Contudo, a
nossa atitude perante Ele depois de obtermos a resposta da nossa petição pode
mudar.
O objeto ou pessoa que pedimos
a Deus pode tornar-se mais importante para nós do que o próprio Deus que nos
abençoou. Para além disso, pode acontecer também que deixemos de buscar a Deus
com a mesma intensidade, com que o fazíamos antes de receber o que queríamos,
porque já temos o que queríamos e já não precisamos de Deus.
Com isto, deixamos de ser íntegros
para com Deus, porque o nosso coração fica dividido entre Deus e o objeto que
obtemos do Senhor e não buscamos mais a Deus de todo o coração. Deixamos de
viver inteiramente para Ele, porque o nosso Deus deixa de ser o mais importante
para nós. Em consequência disso, a nossa obediência a Deus também diminui
porque já não nos preocupamos tanto com o Senhor e com os seus caminhos, ou
seja, com a obediência a Sua Palavra.
O nosso Deus é um Deus que tem
um coração, Ele sente e emociona-se, e quando vê que a nossa relação é baseada
no interesse Ele fica triste, porque observa que nós depois de obtermos o que
desejamos nos afastamos Dele. Neste momento, aquilo que ocupa o lugar anteriormente
ocupado por Deus torna-se um ídolo, ou seja, algo que amamos mais que a Deus.
Com isso, os nossos caminhos
não são agradáveis a Deus, pois estão longe dos caminhos ordenados por Ele, ou
seja, da obediência e amor que Deus exige das nossas vidas. A tristeza de Deus nesse
momento é semelhante a tristeza que o Senhor sentiu quando viu que o povo que
Ele tinha libertado do Egipto, tinha-se revoltado e construído um bezerro de
ouro para substituir o Seu papel na vida deles. “ Então, disse o Senhor a
Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito se corrompeu
e depressa se desviou do caminho que eu lhe tinha ordenado; fez para si um
bezerro fundido, e o adorou, lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus
deuses, que te tiraram da terra do Egito.” Ex 32: 7-8.
Os nossos ídolos podem ser
coisas banais e legítimas que precisamos no nosso dia-a-dia, como um carro, um
emprego, um marido, ou até mesmo o dinheiro que precisamos no dia-a-dia. Esse objeto
ou pessoa, passa a ter uma grande importância para nós, e torna-se objeto de um
amor mais intenso da nossa parte do que o amor que devotamos a Deus. O nosso
pensamento torna-se também focado nesse objeto ou pessoa, e assim, esse objeto, que
recebemos de Deus, torna-se num obstáculo na nossa relação com o nosso Deus.
Por isso devemos ter cuidado
com o amor que dedicamos aos objetos e as pessoas que estão a nossa volta, não
devemos deixar que alguma coisa se torne mais importante para nós do que Deus,
porque Deus é mais importante do que qualquer bênção que Ele nos possa dar. Para
além disso, a idolatria é um pecado, que afasta o homem da comunhão com Deus e
do seu reino. O nosso Mestre deseja que o amemos mais do que aos nossos pais,
irmãos, e todas as pessoas e coisas que existem a nossa volta.
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