O
nosso Mestre, o Senhor Jesus diz-nos que não devemos julgar o
próximo, porque cabe apenas a Deus o papel de julgar. Quando se
fala de julgar, está-se a referir a tendência de que existe em
sentenciar ou condenar o próximo. O ser humano é tendencialmente
pecador e por isso sujeito a falhas em vários sentidos. A melhor
atitude que o cristão pode tomar em relação ao pecado que o cerca
é avaliar-se ou julgar-se a si próprio.
O
nosso Mestre, diz-nos no evangelho segundo Mateus que não devemos
julgar, e que a forma como julgarmos os outros definirá a forma como
seremos julgados. “Não julgueis, para que não sejais julgados.
Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a
medida com que tiverdes medido, vos medirão a vós também.” Mt 7:
1-2.
Para
além de não aprovar o ato de julgar o próximo, o nosso Mestre
Jesus, pergunta, porque não vemos as faltas e pecados que existem na
nossa vida, ao invés de apontar-mos as faltas dos outros. “Porque
vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na
trave que está no teu próprio?” Mt 7:3 Devemos por isso, antes
que apontar as falhas dos outros, olhar para nós mesmos e verificar
o que não está bem em nós e o que precisa de ser consertado.
A
atitude de falar das faltas dos outros, pode ser uma atitude
hipócrita, como vemos de seguida, no evangelho de Mateus. “Ou como
dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando
tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e,
então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão”
Mt 7: 5-5 Por outras palavras, a pessoa está comportar-se como se
tivesse valores morais que na verdade não possui; e essa falta de
valores, demonstra-se nas suas próprias falhas.
O
nosso Mestre diz-nos então que no momento em que a pessoa aponta as
falhas dos outros, finge então ser alguém, com uma perfeição
moral que não tem. No fundo, para julgar o próximo, a pessoa
acaba por apontar nos outros a falta de valores de valores, que
também não os possui, e que impede de ver os seus próprios
pecados.
Deus
por ser omnisciente e omnipresente sabe tudo o que fazemos e pensamos
tanto de bom como de mau. Muitas vezes, para além do próprio
pecador, apenas Deus sabe a dimensão dos pecados que existe na vida
do homem. Por isso, perante a quantidade de pecados que o homem
pratica diariamente, o nosso Senhor Jesus, questiona a coragem para
apontar os pecados dos outros.
Por
outro lado, a perspetiva do pecado alheio é sempre muito mais
pequena do que perspetiva do próprio pecado que o homem tem ao
ver-se a si próprio. Por isso, o nosso Mestre compara o pecado que
se está a ver no outro como um argueiro, e o pecado que se sabe
existir na própria vida como uma trave. Um cisco, é um pequeno
grânulo, enquanto que uma trave é um objeto de maior dimensão. Por
isso, o nosso Mestre aconselha-nos a não só evitar julgar os outros
mas, mais do que isso, avaliar as nossas falhas e emenda-las.
O
apóstolo Paulo fala-nos disso na epístola aos Romanos, como vemos a
seguir: “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas,
quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te
condenas; pois praticas as coisas que condenas. Bem sabemos que o
juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais
coisas.” Rm 2:1-2
Deus
Pai é o único que julga, pois é Deus, e no momento certo
retribuirá a cada homem, conforme as suas obras. Aqueles que
perseverarem em fazer aquilo que é justo serão recompensados e os
que fizerem o mal serão condenados. “Mas, segundo a tua dureza e
coração impenitente, acumularás contra ti mesmo ira para o dia da
ira e da revelação do justo juízo, de Deus, que retribuirá a cada
um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos que perseverando em
fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e
indignação aos facciosos, que desobedecem a verdade e obedecem a
injustiça.” Rm 2:5-8.
A
Palavra de Deus diz-nos o que Deus valoriza que o homem faça e por
isso deve servir de parâmetro para a avaliação que o homem faz dos
seus comportamentos. Deus enviou-nos o bom Pastor, que está a cada
dia connosco e que deseja dirigir os nossos passos através da
Palavra. Quando falharmos podemos socorrer-nos no Espírito Santo e
buscar Nele auxílio para fazer aquilo que Deus nos ordena, porque
sem Ele nada podemos fazer de bom.
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