quarta-feira, 22 de maio de 2019

Julgar-nos a nós próprios


O nosso Mestre, o Senhor Jesus diz-nos que não devemos julgar o próximo, porque cabe apenas a Deus o papel de julgar. Quando se fala de julgar, está-se a referir a tendência de que existe em sentenciar ou condenar o próximo. O ser humano é tendencialmente pecador e por isso sujeito a falhas em vários sentidos. A melhor atitude que o cristão pode tomar em relação ao pecado que o cerca é avaliar-se ou julgar-se a si próprio.

O nosso Mestre, diz-nos no evangelho segundo Mateus que não devemos julgar, e que a forma como julgarmos os outros definirá a forma como seremos julgados. “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão a vós também.” Mt 7: 1-2.

Para além de não aprovar o ato de julgar o próximo, o nosso Mestre Jesus, pergunta, porque não vemos as faltas e pecados que existem na nossa vida, ao invés de apontar-mos as faltas dos outros. “Porque vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” Mt 7:3 Devemos por isso, antes que apontar as falhas dos outros, olhar para nós mesmos e verificar o que não está bem em nós e o que precisa de ser consertado.

A atitude de falar das faltas dos outros, pode ser uma atitude hipócrita, como vemos de seguida, no evangelho de Mateus. “Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” Mt 7: 5-5 Por outras palavras, a pessoa está comportar-se como se tivesse valores morais que na verdade não possui; e essa falta de valores, demonstra-se nas suas próprias falhas.

O nosso Mestre diz-nos então que no momento em que a pessoa aponta as falhas dos outros, finge então ser alguém, com uma perfeição moral que não tem. No fundo, para julgar o próximo, a pessoa acaba por apontar nos outros a falta de valores de valores, que também não os possui, e que impede de ver os seus próprios pecados.

Deus por ser omnisciente e omnipresente sabe tudo o que fazemos e pensamos tanto de bom como de mau. Muitas vezes, para além do próprio pecador, apenas Deus sabe a dimensão dos pecados que existe na vida do homem. Por isso, perante a quantidade de pecados que o homem pratica diariamente, o nosso Senhor Jesus, questiona a coragem para apontar os pecados dos outros.

Por outro lado, a perspetiva do pecado alheio é sempre muito mais pequena do que perspetiva do próprio pecado que o homem tem ao ver-se a si próprio. Por isso, o nosso Mestre compara o pecado que se está a ver no outro como um argueiro, e o pecado que se sabe existir na própria vida como uma trave. Um cisco, é um pequeno grânulo, enquanto que uma trave é um objeto de maior dimensão. Por isso, o nosso Mestre aconselha-nos a não só evitar julgar os outros mas, mais do que isso, avaliar as nossas falhas e emenda-las.

O apóstolo Paulo fala-nos disso na epístola aos Romanos, como vemos a seguir: “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as coisas que condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas.” Rm 2:1-2

Deus Pai é o único que julga, pois é Deus, e no momento certo retribuirá a cada homem, conforme as suas obras. Aqueles que perseverarem em fazer aquilo que é justo serão recompensados e os que fizerem o mal serão condenados. “Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumularás contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo, de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos que perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem a verdade e obedecem a injustiça.” Rm 2:5-8.

A Palavra de Deus diz-nos o que Deus valoriza que o homem faça e por isso deve servir de parâmetro para a avaliação que o homem faz dos seus comportamentos. Deus enviou-nos o bom Pastor, que está a cada dia connosco e que deseja dirigir os nossos passos através da Palavra. Quando falharmos podemos socorrer-nos no Espírito Santo e buscar Nele auxílio para fazer aquilo que Deus nos ordena, porque sem Ele nada podemos fazer de bom.

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