sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Paciência do sofrimento

A vida cristã apesar de ser regida por normas e de muita coisa do que acontece ser fruto de alguma atitude nossa, existem muitas coisas que acontecem sem esperarmos, e que não são fruto de nenhum pecado ou falta que tenhamos cometido. Essas situações para nós são imprevisíveis, embora Deus tenha controle sobre elas, e as vezes podem trazer algum sofrimento.

Um exemplo da Bíblia de alguém que sofreu sem ter cometido nenhum pecado, que explicasse tanto sofrimento, foi Jó. Os seus filhos morreram todos, e da mesma forma todo o seu gado e outros bens que possuía. Apesar de todo o sofrimento Jó manteve a sua posição como servo fiel e temente a Deus e nunca se revoltou nem blasfemou.

O apóstolo Tiago fala-nos sobre a paciência de Jó na sua epístola: “Eis que temos por felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.” Tg 5:11. Aqueles que perseveram firmes no temor do Senhor durante o seu sofrimento são bem-aventurados. A estes o Senhor recompensará da mesma forma como recompensou a Jó.

A paciência pode ser definida como uma atitude na qual existe autocontrole ou domínio próprio; é a atitude de calma e concentração perante uma situação desagradável ou de incómodos vários. O antónimo de paciência é irritação, impaciência, agitação. Perante um sofrimento ou agimos com paciência ou agimos com irritação e inconformismo. Devemos procurar ser pacientes pois Deus ensina-nos que devemos fugir da ira, e de toda a irritação.

No versículo a seguir vemos o conselho que o Espírito Santo dá-nos através do seguinte versículo de Salmos: “Descansa no Senhor e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios. Deixa a ira, e abandona o furor; não te impacientes; certamente isso acaba mal.” Sl 37:7-8.

Jó, por exemplo, foi desafiado pela mulher, a mostrar ira contra a situação em que se encontrava. Ela tentou convencer-lhe a blasfemar contra Deus por toda a calamidade que sofreu, mas ele foi paciente mostrando domínio próprio e continuou mostrando fé no Deus a quem tinha servido ao longo da sua vida.

No versículo a seguir vemos as palavras da mulher de Jó e a resposta que ele lhe deu: “Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó 2:9-10.

O livro de Jó mostra-nos que Deus se agrada que mostremos paciência quando estamos em algum sofrimento. Não devemos irritar-nos, nem ficar desassossegados mas sim exercitar o domínio próprio e perseverar na fé e na obediência a Deus. Devemos seguir o conselho do apóstolo Paulo que vemos a seguir: “regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes;” Rm 12:12.

A paciência também é sinónimo de longanimidade, um dos componentes do fruto do Espírito Santo. Deus deseja assemelhar-nos ao seu Filho Jesus Cristo e por isso deseja fazer brotar todas as componentes do fruto do Espírito Santo. Por isso, podemos dizer que o Espírito Santo deseja tornar-nos longânimos da mesma forma como o Senhor Jesus era.

O apóstolo Pedro fala-nos da forma longânima como Jesus reagia perante os sofrimentos, como vemos no versículo a seguir: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em nosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achava em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,” 1Pe 2:21-23.

Por tudo isso, todos os cristãos são chamados a seguir o exemplo de Jesus Cristo, a não reagir com irritação e vontade de vingança perante os sofrimentos, mas sim reagir com paciência. Se formos insultados não precisamos de responder com insultos, se formos injustiçados não devemos pensar em vingança. O Espírito Santo deseja fazer nascer em nós a mesma longanimidade que existia no Senhor Jesus e por isso devemos dar espaço para que Ele possa fazer essa obra na nossa vida.

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