A
vida cristã apesar de ser regida por normas e de muita coisa do que
acontece ser fruto de alguma atitude nossa, existem muitas coisas que
acontecem sem esperarmos, e que não são fruto de nenhum pecado ou
falta que tenhamos cometido. Essas situações para nós são
imprevisíveis, embora Deus tenha controle sobre elas, e as vezes
podem trazer algum sofrimento.
Um
exemplo da Bíblia de alguém que sofreu sem ter cometido nenhum
pecado, que explicasse tanto sofrimento, foi Jó. Os seus filhos
morreram todos, e da mesma forma todo o seu gado e outros bens que
possuía. Apesar de todo o sofrimento Jó manteve a sua posição
como servo fiel e temente a Deus e nunca se revoltou nem blasfemou.
O
apóstolo Tiago fala-nos sobre a paciência de Jó na sua epístola:
“Eis que temos por felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido
da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o
Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.” Tg 5:11.
Aqueles que perseveram firmes no temor do Senhor durante o seu
sofrimento são bem-aventurados. A estes o Senhor recompensará da
mesma forma como recompensou a Jó.
A
paciência pode ser definida como uma atitude na qual existe
autocontrole ou domínio próprio; é a atitude de calma e
concentração perante uma situação desagradável ou de incómodos
vários. O antónimo de paciência é irritação, impaciência,
agitação. Perante um sofrimento ou agimos com paciência ou agimos
com irritação e inconformismo. Devemos procurar ser pacientes pois
Deus ensina-nos que devemos fugir da ira, e de toda a irritação.
No
versículo a seguir vemos o conselho que o Espírito Santo dá-nos
através do seguinte versículo de Salmos: “Descansa no Senhor e
espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu
caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios. Deixa
a ira, e abandona o furor; não te impacientes; certamente isso acaba
mal.” Sl 37:7-8.
Jó,
por exemplo, foi desafiado pela mulher, a mostrar ira contra a
situação em que se encontrava. Ela tentou convencer-lhe a
blasfemar contra Deus por toda a calamidade que sofreu, mas ele foi
paciente mostrando domínio próprio e continuou mostrando fé no
Deus a quem tinha servido ao longo da sua vida.
No
versículo a seguir vemos as palavras da mulher de Jó e a resposta
que ele lhe deu: “Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a
tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele respondeu: Falas
como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos
também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó
2:9-10.
O
livro de Jó mostra-nos que Deus se agrada que mostremos paciência
quando estamos em algum sofrimento. Não devemos irritar-nos, nem
ficar desassossegados mas sim exercitar o domínio próprio e
perseverar na fé e na obediência a Deus. Devemos seguir o conselho
do apóstolo Paulo que vemos a seguir: “regozijai-vos na esperança,
sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes;” Rm
12:12.
A
paciência também é sinónimo de longanimidade, um dos componentes
do fruto do Espírito Santo. Deus deseja assemelhar-nos ao seu Filho
Jesus Cristo e por isso deseja fazer brotar todas as componentes do
fruto do Espírito Santo. Por isso, podemos dizer que o Espírito
Santo deseja tornar-nos longânimos da mesma forma como o Senhor
Jesus era.
O
apóstolo Pedro fala-nos da forma longânima como Jesus reagia
perante os sofrimentos, como vemos no versículo a seguir:
“Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo
sofreu em nosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus
passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achava em sua
boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando
maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga
retamente,” 1Pe 2:21-23.
Por
tudo isso, todos os cristãos são chamados a seguir o exemplo de
Jesus Cristo, a não reagir com irritação e vontade de vingança
perante os sofrimentos, mas sim reagir com paciência. Se formos
insultados não precisamos de responder com insultos, se formos
injustiçados não devemos pensar em vingança. O Espírito Santo
deseja fazer nascer em nós a mesma longanimidade que existia no
Senhor Jesus e por isso devemos dar espaço para que Ele possa fazer
essa obra na nossa vida.
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