A
relação que o homem pode ter com Deus apenas é acessível pela
Graça de Deus. Não há nada que o homem possa oferecer a Deus, como
paga pela sua salvação ou pelas suas bênçãos. Deus nos incumbiu de
fazer boas obras, mas essas boas obras não compram o favor de Deus,
nem nos tornam melhores perante Deus. Apenas podemos oferecer a nossa
gratidão pelo seu amor e nos submeter-mos a Ele com toda a humildade.
No
versículo a seguir do livro do profeta Miqueias vemos essa
interrogação, sobre como poderíamos nos apresentar perante Deus
para parecermos mais dignos. “Com que me apresentarei ao Senhor e
me inclinarei ante do Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos,
com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de
carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogénito
pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha
alma?” Mq 6:6-7.
Por
maiores que fossem as nossas ofertas, não seriam suficientes para
nos tornar perfeitos e dignos diante do Senhor. A Palavra de Deus,
diz-nos através do livro do profeta Isaías que as melhores obras do
homem, são como trapos de imundícia. “Mas todos nós somos como o
imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia; todos
nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento,
nos arrebatam.” Is 64:6.
Isto
porque, as nossas obras de justiça são impuras; têm muitas vezes
alguma motivação carnal, misturada com as ordens que Deus nos dá.
Apenas Jesus Cristo é Santo e puro, em todos os seus caminhos jamais
se achou nele falta alguma. Nós humanos, apesar de purificados pelo
sangue de Cristo, continuamos a ser pecadores, mas remidos. Por isso
a melhor atitude que podemos ter é a mesma que a do publicano
perante Deus, enquanto orava.
Vemos
a discrição da atitude do publicano a seguir: “O publicano,
estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao
céu, mas batia no peito dizendo: Ó Deus, sê propício a mim,
pecador!” Lc 18:13. Essa humildade, perante a santidade de Deus é
um reconhecimento de que a nossa salvação é imerecida: apenas
somos salvos pela Graça de Deus, e é Deus quem nos capacita e nos
convence em tudo de bom que fazemos.
Por
isso, a cada dia Deus requer de nós gratidão, humildade e
obediência como nos recomenda o versículo a seguir do livro de
Miqueias: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que
o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia,
e andes humildemente com o teu Deus.” Mq 6:8.
A
consciência de que nada merecemos e que tudo o que temos recebido de
Deus é pela sua Graça, principalmente o perdão dos nossos pecados,
deve fazer-nos ser misericordiosos para com as faltas dos outros
cometidas contra nós. O nosso Senhor Jesus diz-nos isso no versículo
a seguir: “Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo
malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não
devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu
me compadeci de ti?” Mt 18:32-33.
Também
deve fazer-nos dar um pouco do amor que temos recebido de Deus
através de boas obras. Quando praticamos boas obras estamos também
a cumprir o objetivo que Deus tem para as nossas vidas. Como nos diz
o apóstolo Paulo, somos salvos para praticarmos as boas obras que
Deus preparou para nós. “Pois somos feitura dele, criados em
Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou
para que andássemos nelas.”Ef 2:10. No final de contas não estamos
a fazer mais do que o nosso dever quando praticamos boas obras.
Devemos
lembrar-nos a cada dia que é a Graça de Deus que nos tem sustentado, e
capacitado a fazer tudo de bom que fazemos no nosso dia a dia. Deus
ama-nos sempre e sabe das nossa natureza pecaminosa. Nós também não
devemos esquecer-nos de que somos pecadores e que por isso não somos
perfeitos, nem tão santos como deveríamos. O sangue de Cristo
purifica-nos e dá-nos acesso a presença de Deus, por isso devemos
ser sempre gratos pela misericórdia e pela graça de Deus.
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